O Flamengo está elaborando um plano para abrir uma empresa temporária nos Estados Unidos com a finalidade de minimizar a taxação sobre suas receitas oriundas da participação no Mundial de Clubes, que ocorrerá em junho. A Federação Internacional de Futebol (Fifa) comunicou às equipes brasileiras, incluindo Botafogo, Fluminense e Palmeiras, que o governo estadunidense não concederá isenção fiscal sobre as receitas geradas durante o torneio, o que tem gerado preocupações entre os clubes.
Desafios tributários para os clubes no Mundial
Tradicionalmente, a Fifa consegue a isenção tributária para os participantes de seus eventos, como a Copa do Mundo. Contudo, dessa vez, o governo do presidente Donald Trump optou por não oferecer a mesma facilidade, o que coloca os clubes em uma situação complicada. Segundo a previsão, os clubes sul-americanos que competirem no Mundial terão direito a uma quantia significativa: US$ 15,2 milhões (aproximadamente R$ 85,7 milhões) apenas pela participação, além de bônus adicionais para vitórias e empates na fase de grupos.
Premiação e impactos fiscais
Em casos de sucesso durante a competição, o Flamengo pode arrecadar valores expressivos, como US$ 2 milhões (R$ 11,2 milhões) por vitória e US$ 1 milhão (R$ 5,6 milhões) por empate. Entretanto, a má notícia é que, de acordo com estimativas, o governo dos Estados Unidos pode reter até 30% desse total em impostos federais. Além disso, pode haver encargos estaduais, locais e até taxas administrativas que podem encarecer ainda mais a premiação.
Perante esse cenário, o Flamengo recebeu aconselhamentos de consultorias especializadas que sugeriram a criação de uma empresa temporária, unicamente para gerenciar as receitas provenientes do Mundial de Clubes. Essa estratégia poderia ajudar a reduzir o impacto fiscal, diminuindo a retenção de impostos de cerca de 30% para aproximadamente 21%, levando em conta as deduções relacionadas às despesas do evento.
Conselho Deliberativo analisará a decisão
Conforme informou o clube, a constituição dessa empresa será temporária e restrita exclusivamente à participação do Flamengo no torneio, sem afetar a estrutura esportiva, jurídica ou operacional do clube no Brasil. O foco é claro: reduzir a carga tributária sobre as receitas do Mundial de Clubes 2025 para um patamar mais administrável.
A decisão sobre a abertura dessa empresa será votada na próxima semana pelo Conselho Deliberativo do Flamengo, e a pauta está sendo tratada com urgência, visto que os primeiros pagamentos da Fifa estão programados para ocorrer já no final deste mês.
Próximos desafios na competição
O Flamengo fará sua estreia no Mundial de Clubes no dia 16 de junho contra o Espérance de Tunis. O grupo C, onde a equipe está inserida, também conta com a presença do Chelsea da Inglaterra e do vencedor do confronto entre América do México e Los Angeles FC dos Estados Unidos. Com isso, o Flamengo se prepara para enfrentar novos desafios não apenas dentro de campo, mas também em questões administrativas e financeiras que podem impactar diretamente suas receitas e desempenho no torneio.
A disputa pela taça, portanto, não se resume apenas à performance esportiva, mas envolve também uma complexa estratégia financeira que poderá influenciar o futuro econômico do clube. Com essa manobra, o Flamengo busca garantir que o resultado dentro de campo não seja empaçado por questões tributárias fora dele.