A deputada federal Carla Zambelli, do PL, foi condenada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por supostamente ordenar que o hacker Walter Delgatti inserisse documentos falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em uma coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (15), a parlamentar expressou que conta com o apoio de seus colegas para derrubar a ação penal, ressaltando que “não sobreviveria ao cumprimento da pena na cadeia”.
Apoio e estratégias de defesa
Além de interpor recursos e protelar o trânsito em julgado, Zambelli está determinada a convencer os parlamentares a sustentar a ação penal contra ela, similar ao que ocorreu no caso do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Alexandre Ramagem. A deputada afirmou que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), teria dado “sinal verde” para que o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), a auxiliasse neste processo.
Questionada sobre a quantidade de apoio que recebeu, especialmente a respeito das manifestações de solidariedade de colegas de partido, Carla Zambelli reconheceu que “publicamente foram poucas”, mas garantiu que recebeu “dezenas de ligações” de apoio que não foram divulgadas. Ela, no entanto, se mostrou confiante quanto ao suporte que arrecadou: “Não é interessante adiantar a estratégia, mas já tenho boa parte do apoio que preciso para fazer essa votação”, afirmou, acrescentando que estão aguardando o momento certo para agir.
Críticas à condenação e inconsistências no julgamento
A parlamentar convocou a coletiva em frente ao diretório estadual do PL em São Paulo, acompanhada pelo seu advogado, Daniel Bialski. Zambelli trouxe à tona um “dossiê” que preparou para a imprensa, contanto com supostas inconsistências no julgamento e no relatório da Polícia Federal que a incrimina. Durante a coletiva, ela se mostrou indignada com a gravidade das alegações feitas contra ela.
“Eu não iria, de forma alguma, brincar de fazer invasão ao CNJ, de mandar prender o ministro do STF, Alexandre de Moraes, com um documento assinado por ele próprio. É tão ridículo que, realmente, como disse a ministra Carmen Lúcia, seria burrice. Eu não colocaria o meu mandato em risco por causa de uma brincadeira sem graça”, defendeu-se Zambelli, tentando deslegitimar as acusações que pesam sobre a sua pessoa.
Momentos da coletiva e a saúde da deputada
No que pareceu um gesto de fé, Carla Zambelli fez uma oração com duas mulheres em coreano antes de seu pronunciamento. Um momento que chamou atenção foi ao final da coletiva, quando um de seus assessores trouxe três comprimidos para que a deputada tomasse com água, o que levanta questionamentos sobre sua saúde emocional e física diante da pressão do processo judicial que enfrenta.
A postura ousada e articulada de Zambelli em busca de apoio continua a ser uma tônica em sua trajetória política. A deputada, que já foi um nome muito conhecido por seus posicionamentos firmes e controversos, agora tenta desviar a atenção das consequências jurídicas que enfrenta. A repercussão dessa coletiva pode ser um divisor de águas na carreira da parlamentar, que se coloca em uma posição vulnerável ao mesmo tempo que busca aliados.
Enquanto isso, o cenário político se torna cada vez mais tenso, e o futuro da deputada no Congresso continua incerto, à medida que sua batalha legal e política se intensifica. A questão que ficou no ar após sua coletiva é: será que ela conseguirá reverter sua situação com a ajuda de seus colegas ou o peso das suas ações a levará a um destino indesejado?