Brasil, 15 de maio de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Brasil tem queda no desmatamento em 2024, mas Cerrado continua devastado

Pelo segundo ano consecutivo, desmatamento no Brasil cai 32,4% em 2024, mas o Cerrado é o bioma mais afetado pela degradação.

Pelo segundo ano consecutivo, o Brasil registrou uma queda significativa no desmatamento, de acordo com o relatório anual da Rede MapBiomas 2024, divulgado nesta quinta-feira (15/5). A redução foi de 32,4% em relação a 2023. Com isso, o país sinaliza uma mudança no cenário ambiental, embora os dados revelem que o Cerrado permanece em uma situação crítica, sendo o bioma mais afetado. Estas informações são relevantes tanto para especialistas em meio ambiente quanto para a população preocupada com o futuro dos biomas brasileiros.

Queda no desmatamento em todos os biomas, exceto na Mata Atlântica

O levantamento do MapBiomas destacou que, pela primeira vez desde o início da validação e publicação de alertas de desmatamento no Brasil, em 2019, houve queda no desmatamento em todos os biomas, exceto na Mata Atlântica, que permaneceu estável. Em um período de seis anos, o desmatamento no Brasil suprimiu uma área equivalente à da Coreia do Sul, totalizando 9.880.551 hectares, dos quais 67% estão localizados na Amazônia Legal.

Dados gerais do desmatamento em 2024

A área total desmatada no Brasil caiu para 1.242.079 hectares em 2024, uma diminuição em relação aos 1.829.597 hectares registrados em 2023. O número de alertas validados, ou seja, confirmados pelas autoridades competentes, apresentou uma redução de 26,9%. Este é o segundo ano consecutivo de queda, pois em 2023 o desmatamento já havia diminuído 11,6% em comparação a 2022.

O Cerrado continuou a ser o bioma mais desmatado, com 652.197 hectares, representando 52,5% do total nacional. A região do Matopiba (composta por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) concentrou 75% do desmatamento do Cerrado, o que equivale a cerca de 42% da perda total de vegetação nativa no Brasil. A boa notícia é que, mesmo assim, o Cerrado apresentou uma queda de 40% no desmatamento em comparação a 2023.

Ranking dos estados desmatadores

O relatório revelou que o Maranhão é o estado que figura no topo do ranking de desmatadores, sendo responsável por 17,6% da área de vegetação perdida no país, apesar de uma redução de 34,3% na área desmatada. Outros estados como Pará, Tocantins, Piauí e Bahia juntos computam mais de 65% da área desmatada. Na Amazônia, este bioma teve 30,4% da área desmatada no Brasil, totalizando 377.708 hectares, com uma média alarmante de sete árvores perdidas por segundo.

A Caatinga também sofreu com perdas significativas, onde um único imóvel rural no Piauí desmatou 13.628 hectares em apenas três meses. No total, a Caatinga foi o terceiro bioma mais afetado com 174.511 hectares desmatados. As estatísticas são alarmantes e evidenciam a urgência de ações mais efetivas de preservação.

Impacto dos eventos climáticos e do ciclo agropecuário

O desmatamento na Mata Atlântica teve um leve aumento de 2%, considerada uma variação estável, influenciada por eventos climáticos extremos que afetaram o Rio Grande do Sul. O relatório destaca que, sem esses fenômenos, o bioma teria registrado uma redução livre de pelo menos 20% na área afetada.

Os dados sobre a pressão agropecuária são igualmente preocupantes, pois mais de 97% de toda a perda de vegetação nativa nos últimos seis anos devem-se a atividades agropecuárias. O desmatamento se concentra principalmente em áreas legais, onde o Código Florestal exige a preservação de apenas 20% do Cerrado, e 35% nas áreas da Amazônia Legal. Este contexto revela a necessidade de regulações mais rigorosas e de uma conscientização coletiva em relação à preservação dos biomas.

O Estado do Acre aqui é um caso a ser observado, pois foi o único da região Norte que viu um aumento no desmatamento, com uma alta de 31%. Apesar do resultado negativo para o Acre, a região do Amacro (Amazonas, Acre e Rondônia) apresentou uma queda de 13% no desmatamento quando se compara a 2023.

Conclusão: desafios e responsabilidades

Os dados apresentados pelo relatório da Rede MapBiomas são um sinal de esperança quanto à redução do desmatamento no Brasil, mas também acendem um alerta sobre a situação crítica de biomas como o Cerrado, que continua a ser devastado. A responsabilidade pela preservação do meio ambiente é compartilhada entre governo, empresas e sociedade civil, e ações efetivas devem ser implementadas para garantir a proteção dos ricos ecossistemas que ainda restam.

As informações contidas nesse relatório oferecem uma oportunidade valiosa para reflexões e ações necessárias em prol de um futuro sustentável no Brasil. A queda no desmatamento, embora positiva, deve ser acompanhada por políticas públicas e iniciativas que assegurem a proteção contínua das florestas e da biodiversidade nacional.

Para mais detalhes sobre o desmatamento no Brasil, você pode acessar o relatório completo neste link.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes