A cirurgia de Bolsonaro para tratar uma obstrução intestinal foi considerada bem-sucedida, mas a equipe médica informou que ainda não há previsão para sua saída da UTI. A intervenção, que durou 12 horas, é consequência das sequelas da facada sofrida em 2018, e o ex-presidente seguirá internado por pelo menos duas semanas.
Cirurgia de Bolsonaro foi “extremamente complicada”, dizem médicos
A equipe médica responsável pela operação de Jair Bolsonaro, realizada no hospital DF Star, em Brasília, classificou o procedimento como “complexo e delicado”. A cirurgia de grande porte teve como objetivo desobstruir parte do intestino e reconstruir a parede abdominal, afetada por diversas intervenções anteriores decorrentes da facada de 2018.
Segundo o cirurgião Claudio Birolini, chefe da equipe médica, foram necessárias duas horas apenas para acessar a parede abdominal do ex-presidente, que apresentava um quadro avançado de distensão. A laparotomia exploradora foi indicada após o agravamento do bloqueio intestinal e identificou uma dobra no intestino delgado que dificultava a digestão.
Bolsonaro seguirá na UTI sem previsão de alta
Apesar do resultado considerado satisfatório, os médicos evitaram dar uma previsão de alta. O ex-presidente segue consciente, sem dor, alimentando-se por via intravenosa e recebendo cuidados clínicos e nutricionais. O cardiologista Leandro Echenique alertou para o risco de intercorrências comuns no pós-operatório, como infecções e trombose.
A expectativa é de que Bolsonaro permaneça hospitalizado por ao menos duas semanas, com um pós-operatório que pode se estender por até três meses.
Cirurgias anteriores e riscos futuros
Essa não é a primeira vez que Bolsonaro enfrenta complicações intestinais. Desde o atentado de 2018, ele já foi submetido a múltiplas cirurgias e internações, inclusive em 2021 e 2023. A atual intervenção, embora bem-sucedida, não garante que novas cirurgias não serão necessárias, devido à possibilidade de formação de novas aderências.
A decisão de realizar o procedimento em Brasília, sob os cuidados de Birolini, foi tomada por Michelle Bolsonaro, apesar de conselheiros sugerirem o acompanhamento do médico Antônio Luiz Macedo, em São Paulo.
Contexto da internação
Bolsonaro sentiu-se mal durante um evento político no Rio Grande do Norte e foi rapidamente transferido para o DF após diagnóstico de distensão abdominal. Seu histórico de obstruções intestinais agravou o quadro clínico, levando à decisão emergencial de realizar a cirurgia no último domingo.