Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (20) que a alta no preço dos alimentos no Brasil se deve a fatores climáticos, como excesso de chuva e períodos prolongados de sol. Para conter os reajustes, o governo pretende dialogar com empresários e atacadistas, buscando um pacto para manter os valores acessíveis no mercado interno. O mandatário destacou que a carne já apresenta queda e prometeu que os trabalhadores voltarão a consumir produtos antes considerados inacessíveis.
Reunião com empresários para conter alta dos preços
Durante entrevista a uma rádio do Rio de Janeiro, Lula destacou que pretende discutir com o setor produtivo formas de equilibrar a oferta e a demanda de alimentos no Brasil. Segundo ele, é essencial que os empresários continuem exportando, mas sem comprometer o abastecimento interno.
“Queremos discutir com empresários que queremos que eles exportem, mas não pode faltar para o povo brasileiro”, afirmou o presidente.
Além disso, Lula questionou os preços elevados praticados no mercado doméstico, principalmente em itens essenciais como ovos, óleo de soja e carne.
Preço do ovo em alta preocupa governo e consumidores
O presidente demonstrou preocupação com o aumento expressivo no preço dos ovos, citando que a caixa com 30 unidades já custa cerca de R$ 40. De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o valor dos ovos subiu até 40% desde janeiro devido à combinação de alta demanda e oferta restrita.
A tendência é que os preços continuem subindo, pelo menos até o fim da quaresma, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). A entidade aponta que a valorização do dólar e o aumento dos custos de produção — como o milho, que encareceu 30%, e embalagens, que tiveram alta de mais de 100% — também influenciam o valor final do produto para os consumidores.
Carne volta a ficar acessível, segundo Lula
O presidente mencionou que o preço da carne, um dos itens mais afetados pela inflação nos últimos anos, já começou a cair e que pretende garantir que os brasileiros voltem a consumir cortes antes inacessíveis.
“Pode ficar certo que o povo vai voltar a comer sua ‘picanhazinha’, costela, outro pedaço de carne que ele deseja”, declarou Lula.
Especialistas afirmam que a queda no valor da carne se deve à menor demanda externa e à estabilização no custo da produção.
Perspectivas para os próximos meses
A inflação oficial do país registrou alta de 0,16% em janeiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com os preços de alimentos e bebidas subindo 0,96%. A previsão é que o cenário continue instável, especialmente para proteínas de origem animal.
Com a promessa de diálogo entre governo e empresários, os consumidores aguardam medidas concretas para aliviar os impactos da alta nos preços dos alimentos no dia a dia.
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