Brasil, 20 de fevereiro de 2025
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PGR denuncia Bolsonaro ao STF por tentativa de golpe para mantê-lo no poder

Acusação formal inclui Braga Netto e outros integrantes da cúpula do governo; ex-presidente pode virar réu
Ex-presidente Jair Bolsonaro pode virar réu por tentativa de golpe de Estado. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Brasília – A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresenta nesta terça-feira (20) ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma denúncia formal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A informação é do jornal O GLOBO.

A acusação envolve um suposto plano para permanecer no poder ilegalmente após sua derrota nas eleições de 2022. Além de Bolsonaro, a denúncia inclui o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa, e outros aliados considerados parte da “cúpula” da trama golpista.

O documento foi encaminhado ao STF pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e será analisado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. A denúncia será inicialmente apreciada pela Primeira Turma do STF, que decidirá se aceita ou rejeita a acusação. Caso seja aceita, Bolsonaro se tornará réu e responderá formalmente ao processo.

Denúncia será fatiada e apresentada por etapas

A PGR optou por não apresentar todas as acusações contra o ex-presidente de uma só vez. Segundo apuração do jornal O Globo, o procurador-geral adotou a estratégia de fatiamento da denúncia, enviando ao STF as acusações por etapas.

Nesta primeira fase, a denúncia abrange Bolsonaro, Braga Netto e um grupo de ex-militares e ex-ministros que teriam sido peças centrais no plano golpista. Nomes como o do general Augusto Heleno (ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Almir Garnier (ex-comandante da Marinha) também foram indiciados pela Polícia Federal e podem ser incluídos em fases futuras do processo.

A decisão de fatiar a denúncia pode ter como objetivo evitar que um processo de grande complexidade sofra atrasos ou fragilizações jurídicas.

O que diz a Polícia Federal?

PF diz que Bolsonaro “planejou, atuou e teve domínio direto e efetivo” sobre uma tentativa de golpe de Estado no Brasil

A denúncia da PGR tem como base um relatório da Polícia Federal (PF) com 884 páginas, entregue ao STF no final de 2024. Segundo o documento, Bolsonaro “planejou, atuou e teve domínio direto e efetivo” sobre uma tentativa de golpe de Estado.

O relatório da PF aponta que o grupo tinha o objetivo de abolir o Estado Democrático de Direito, mas não conseguiu consumar o golpe por razões alheias à vontade de Bolsonaro.

Além do ex-presidente e de seus aliados mais próximos, outros 39 indivíduos foram indiciados pela PF como participantes do esquema.

Bolsonaro nega acusações e ironiza denúncia

Após a formalização da denúncia, Bolsonaro se manifestou durante uma visita ao Senado nesta terça-feira (20). O ex-presidente negou envolvimento em qualquer tentativa de golpe e questionou a existência de provas concretas.

“Você já viu a minuta do golpe? Não viu. Viu a delação do Mauro Cid? Não viu”, disse Bolsonaro a jornalistas.

Desde que passou a ser investigado pela PF, Bolsonaro tem reiterado que nunca discutiu ou incentivou uma ruptura democrática. Seus aliados afirmam que a denúncia tem viés político e que não há provas que sustentem a acusação.

Quais são os próximos passos no STF?

A denúncia seguirá o trâmite jurídico estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal. O processo será conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, que determinará os próximos passos da ação penal.

1️⃣ Análise inicial de Moraes:

  • O ministro relator receberá a denúncia e abrirá um prazo de 15 dias para que Bolsonaro e os demais acusados apresentem suas defesas.

2️⃣ Decisão da Primeira Turma do STF:

  • A Primeira Turma, composta por cinco ministros, avaliará se há indícios suficientes para transformar Bolsonaro e os demais denunciados em réus.

3️⃣ Fase de instrução do processo:

  • Se a denúncia for aceita, inicia-se a fase de instrução, que inclui oitivas de testemunhas, diligências, perícias e solicitação de provas complementares.

4️⃣ Elaboração do voto do relator:

  • Não há prazo para essa etapa. Alexandre de Moraes será responsável por preparar um relatório antes do julgamento final.

Caso deve ser julgado até o final de 2025

A expectativa no STF é que o julgamento da denúncia ocorra até o final de 2025, evitando que o caso se prolongue para 2026, ano de eleições municipais.

A velocidade do julgamento dependerá da complexidade do caso, da quantidade de provas apresentadas e da estratégia de defesa dos acusados. Se a denúncia for aceita, Bolsonaro pode enfrentar restrições jurídicas que afetarão sua elegibilidade nas eleições de 2026.

Impacto político e histórico da denúncia

A denúncia da PGR contra Bolsonaro marca um dos momentos mais significativos da política brasileira recente. Trata-se da primeira vez que um ex-presidente da República é formalmente acusado de tentativa de golpe de Estado.

Especialistas apontam que o caso pode ter fortes repercussões no cenário político nacional:

  • Risco à elegibilidade: Se Bolsonaro for condenado, poderá ser tornado inelegível mais uma vez para futuras eleições.
  • Impacto nas eleições de 2026: A denúncia pode influenciar diretamente a organização da direita brasileira e a disputa presidencial.
  • Precedente histórico: A eventual aceitação da denúncia consolidaria um precedente jurídico para outros casos de atentado contra a democracia.

O julgamento será um dos mais acompanhados do país, com implicações políticas e jurídicas que podem moldar o futuro da democracia brasileira.

A denúncia da PGR contra Jair Bolsonaro marca o início de uma nova fase no embate jurídico e político do ex-presidente. O processo agora segue para análise no STF, onde a Primeira Turma decidirá se a acusação será aceita.

A defesa de Bolsonaro nega qualquer envolvimento em uma tentativa de golpe e critica o que considera uma perseguição política.

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