Teresina, 4 de dezembro de 2024
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Imposto sobre altas rendas e isenção de IR são os desafios da Reforma Tributária do Governo Lula

Retorma Tributária do Governo Lula

O pacote de medidas fiscais da Reforma Tributária do Governo Lula apresenta mudanças significativas no Imposto de Renda (IR), incluindo a isenção para rendas de até R$ 5 mil e a criação de um imposto adicional para rendas superiores a R$ 50 mil mensais. Essas medidas integram esforços para reequilibrar as contas públicas, mas geram controvérsias entre economistas, agentes do mercado financeiro e analistas sociais.

Alívio para a classe média e riscos de desigualdade

A isenção do IR para trabalhadores com ganhos mensais até R$ 5 mil beneficia cerca de 36 milhões de pessoas, aumentando o poder de compra da classe média. No entanto, essa mudança implicará em uma perda anual de aproximadamente R$ 35 bilhões em arrecadação. Estudos mostram que essa medida, combinada ao aumento na tributação dos mais ricos, pode provocar um leve crescimento na desigualdade de renda. O índice de Gini, métrica utilizada para avaliar desigualdade, pode subir de 0,618 para 0,620, contrariando o objetivo de equidade fiscal.

Compensação e preocupações com programas sociais

Para mitigar a queda na arrecadação, o governo sugere um imposto mínimo de 10% sobre rendas superiores a R$ 50 mil. A ideia é incluir diversas fontes de renda, como dividendos, ampliando a contribuição dos mais ricos. Porém, críticos apontam que, se a compensação não for eficaz, o financiamento de programas sociais poderá sofrer cortes. O impacto em iniciativas como o Bolsa Família e serviços essenciais como saúde e educação gera preocupações entre especialistas.

Mercado financeiro cético com a reforma tributária do governo Lula e desafios na credibilidade

As propostas fiscais enfrentam forte ceticismo do mercado financeiro. Pesquisa recente indica que 90% dos agentes têm uma visão negativa sobre as medidas. Economistas destacam que a falta de um ajuste fiscal crível pode manter a taxa Selic elevada, dificultando o controle da dívida pública e inibindo investimentos.

Economia brasileira em alerta

Dados do IBGE mostram uma retração de 0,2% na produção industrial em outubro, sinalizando desafios adicionais para o setor produtivo. O mercado de trabalho registrou queda na geração de empregos formais, com 132,7 mil novas vagas em outubro, 29% a menos que no mesmo período de 2023. Esses fatores, combinados com o alto custo do crédito e incertezas fiscais, dificultam a recuperação econômica.


Reforma Tributária do Governo Lula - Gráfico mostra comparação entre outubro de 2023 e outubro de 2024: empregos formais caíram 29% entre períodos.
Brasil gerou 29% menos empregos formais em outubro de 2024

A reforma tributária proposta pelo governo Lula visa justiça fiscal e redistribuição de recursos, mas enfrenta desafios significativos para equilibrar alívio tributário, arrecadação sustentável e proteção dos programas sociais. O sucesso da iniciativa dependerá de sua execução eficaz e da construção de credibilidade junto ao mercado financeiro e à população.

Diário do Povo explica

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