Teresina, 24 de novembro de 2024
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Rafael Fonteles atua para desmoronar a candidatura de Franzé Silva

Franzé Silva e Rafael Fonteles.
Divergência entre governador do Piauí e presidente da Assembleia já não é mais segredo. Fontes revelam quando e como tudo começou.

O Partido dos Trabalhadores (PT) em Teresina encontra-se no meio de uma tempestade provocada pela disputa entre Rafael Fonteles e Franzé Silva. Governador e presidente da Assembleia. Correligionários, mas também adversários de longas datas nos interesses seus políticos. Uma rivalidade que, segundo fontes dentro do PT, começou há quase uma década.

Franzé Silva passou meses construindo um castelo de cartas político, cultivando cuidadosamente o apoio para sua pré-candidatura à prefeitura de Teresina, atraindo um conjunto diversificado de cinco partidos para seu projeto e reunindo mais de 200 pré-candidatos a vereador. No entanto, um forte vento começa a soprar sobre suas pretensões na forma de interferência do governador Rafael Fonteles, que pode estar prestes a derrubar esta construção.

Alianças desfeitas e rivalidades acirradas

É de conhecimento geral que a unidade é um ingrediente-chave para o sucesso de qualquer partido. Fonteles e Franzé, ambos membros do PT e ex-integrantes do governo de Wellington Dias, são teoricamente aliados ideais. Porém, uma divisão interna tem se tornado cada vez mais visível, levantando questões complexas sobre ambições pessoais e interesses partidários.

Essa fenda começou a se abrir em 2014 quando Wellington Dias foi eleito governador e Silva foi supostamente preterido para a posição de Secretário de Fazenda, um cargo que ele já havia ocupado com destaque. Em vez disso, Fonteles, então com 29 anos, foi nomeado para a cobiçada posição, deixando Silva com o cargo de Secretário de Administração. Aparentemente gracioso, Silva não reclamou publicamente. No entanto, como em qualquer boa narrativa política, essa situação alimentou uma rivalidade que passou a influenciar o jogo político do PT em Teresina.

A batalha das Parcerias Público-Privadas (PPPs)

O campo de batalha para essa rivalidade encontrou um novo palco em 2016, quando ambos os políticos voltaram seus olhos para a liderança dos ambiciosos projetos de Parceria Público-Privada (PPPs). Esses projetos, que incluíam uma série de iniciativas importantes como a subconcessão da Agespisa, a concessão da Ceasa, o Centro de Convenções, o projeto Piauí Conectado, entre outros, envolviam bilhões em investimentos a médio prazo. Tornou-se a “joia da coroa” do governo de Wellington Dias.

Nesse cenário, Franzé Silva, apoiado por Viviane Moura, ex-cunhada de Wellington Dias, saiu vitorioso, um triunfo que pode ter alimentado ainda mais a tensão entre ele e Fonteles.

A desconexão perigosa na cúpula do PT

Essa rivalidade chegou a um pico durante a eleição de 2022, quando Rafael e Franzé raramente foram vistos juntos. Há apenas um registro de uma caminhada dos dois naquela campanha nas redes sociais do pretenso candidato a prefeito de Teresina. Aparentemente caminhando lado a lado, mas nunca realmente misturando suas campanhas ou interesses, essa desconexão levanta sérias questões sobre a unidade e a força do PT em Teresina. A primeira oportunidade real do partido de levar a Prefeitura de Teresina numa eleição pode sucumbir diante do conflito pessoal entre os dois políticos.

Na última quarta-feira(5), o vereador Dudu, do PT, declarou apoio a Fábio Novo, que disputa com Franzé Silva a indicação do partido na disputa pela prefeitura da capital. Franzé reagiu, e questionou Dudu. “É o vereador Dudu que tem que explicar como até sexta-feira passada ele dizia em alto e bom som que o Fábio tinha chegado no teto em pesquisas e que ele não teria condições de vencer as eleições em Teresina”, afirmou Franzé. 

Este conflito entre Rafael e Franzé que agora se estende a outros personagens, que ameaça desmoronar a pré-candidatura de Franzé Silva à prefeitura, serve como um lembrete potente de que os partidos políticos precisam estar atentos aos embates internos. 

A ‘Era Fonteles’

Mais do que nunca as tensões internas do PT se tornam evidentes. Rafael Fonteles constrói a sua influência dentro e fora do partido com toda a força que tem como governador e a habilidade que demonstra como político – talvez subestimada pelo próprio Wellington Dias ao ponto de o hoje ministro, segundo fontes no partido, ter recuado do apoio ao presidente da Assembleia diante da força que Rafael Fonteles imprime para derrotá-lo.

“Wellington não tem armas para lutar a não ser o diálogo político dentro do partido. E isso não é suficiente para conquistar os ‘jovens'”, disse a fonte. “Jovens” é como o ministro se refere a algumas pessoas.

Franzé Silva, petista histórico, tenta sobreviver a tudo isso depois de uma longa jornada política traçada por quem veio do improvável e alcançou o quase impossível.

A disputa entre os dois tem o potencial de rachar o PT, um partido que sempre foi dividido. A batalha interna, agora mais do que nunca, ameaça transformar essa divisão histórica em um abismo intransponível, um precipício que pode engolir não apenas as ambições individuais, mas também o futuro coletivo do partido na eleição municipal. 

Ou o PT transforma essa disputa em uma oportunidade de renovação, ou enfrentará o risco de se tornar, na eleição de 2024, um castelo de cartas políticas à mercê de uma brisa caprichosa.

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