O jogo da disputa interna no PT para a escolha do candidato a prefeito de Teresina está apenas começando e pode ter uma prorrogação. O deputado estadual Fábio Novo, principal adversário do presidente da Assembleia, começou a se movimentar em busca de lideranças políticas para apoiarem seu projeto de candidatura. Ele substituiu Vinícius Nascimento, que havia sido escolhido pelo governador para enfrentar Franzé Silva.
Fábio Novo é um conhecido atacante petista, que vai para cima dos adversários e faz boas jogadas. Tanto que nos primeiros minutos já fez uma jogada com o vereador Venâncio Cardoso, filho da petista histórica e atual conselheira do Tribunal de Contas, Flora Izabel. Ele é o primeiro nome com peso eleitoral a declarar apoio a Novo.
Fábio tem um trabalho intenso pela frente, pois, no quesito apoio de lideranças e partidos, Franzé Silva já marcou alguns gols e avançou consideravelmente. Sua pré-candidatura já conta com o apoio de cerca de seis partidos: Podemos, PMB, PMN, Solidariedade, Agir e Rede Sustentabilidade.
Será difícil para Fábio Novo percorrer o mesmo caminho sem a interferência do VAR, o governador Rafael Fonteles, que é o único capaz de provocar uma mudança no time do PT, tanto em termos de lideranças quanto de partidos.
Os dois maiores partidos que apoiam Franzé, Podemos e Solidariedade, ocupam cargos no governo. O Podemos, por exemplo, tem o comando indireto de Fábio Abreu, que atualmente chefia a Secretaria de Assistência Técnica e Defesa Agropecuária (SADA) no governo do Estado. Estaria, portanto, mais suscetível a pressões políticas do governador. O mesmo ocorre com o Solidariedade, presidido pelo deputado estadual Evaldo Gomes, cujo partido tem a indicação da Secretaria de Esportes (SECEP), por exemplo.
Da mesma forma, o Partido da Mulher Brasileira (PMB), agora comandado por Tiago Vasconcelos, também possui um cargo no governo estadual na Coordenadoria de Enfrentamento às Drogas e Fomento ao Lazer.
Só aí são três atacantes de peso fazendo jogadas para o time do Franzé.
É difícil saber se o governador Rafael Fonteles exercerá essa pressão política sobre as lideranças e dará algum cartão amarelo ou vermelho. O presidente do diretório municipal do PT, Cícero Magalhães, foi claro ao afirmar para a imprensa que, no âmbito municipal, o partido não aceitará uma intervenção do governador do estado. Mostrou quem apita no jogo interno do diretório municipal.
Todos os jogadores do processo afirmam que, no final, as pesquisas irão balizar a escolha do candidato do PT em Teresina. Ser candidato é o objetivo final. O meio é como crescer nas pesquisas. E como diz o ditado popular, “os fins justificam os meios”.
Na última semana, Franzé Silva recebeu o apoio de 25 pré-candidatos a vereador, incluindo alguns suplentes do PTB que buscavam uma legenda para concorrer. Encontraram no PMB a legenda desejada.
Somados aos outros pré-candidatos do Podemos, Rede, Solidariedade, Agir e PMN, já são pelo menos 100 lideranças diretas apoiando Franzé Silva. Seu time está praticamente completo.
Se essas pessoas realmente vestirem a camisa do presidente da Alepi e garantirem, com seu trabalho nas ruas, uma média de 500 intenções de voto para Franzé, em tese, ele já ultrapassará os dois dígitos em uma pesquisa eleitoral para prefeito de Teresina em agosto, aproximando-se ou até mesmo superando o resultado obtido por Fábio Novo em 2020.
A diferença nessa disputa pela candidatura do PT em Teresina é que Franzé Silva, antes de tudo, combinou com os “russos”. Fez a base política. Arregimentou partidos. Trouxe lideranças. O jogo pra ele começou faz tempo. Cedo demais para alguns. Muito tarde para outros.