O presidente da CPMI do 8 de Janeiro no Congresso Nacional, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), afirmou que não vê motivos para convocar o ex-presidente Jair Bolsonaro a depor na comissão no início dos trabalhos. Em entrevista à coluna de Igor Gadetalha do Portal Metrópoles na sexta-feira (26/5), Maia avaliou que a convocação de um ex-presidente da República à CPMI só deve ocorrer se surgirem indícios “muito contundentes e muito significativos”.
“Para chegar a convocação do ex-presidente, é preciso que sejam apresentados indícios muito contundentes e muito significativos, que justifiquem a vinda de um ex-presidente à CPMI. Porque seria um fato inédito na história das CPMIs no Congresso Nacional. Jair Bolsonaro não é uma personalidade qualquer. Ele será convocado na medida que você inicie uma investigação e, lá adiante, apareçam vários elementos que indiquem a necessidade que ele precisa ser convocado para prestar esclarecimentos. Mas no início de uma CPI, a partir dos dados que temos hoje, não teria nenhuma razão para convocar Jair Bolsonaro”, afirmou o deputado.
Início dos trabalhos da CPMI
A CPMI iniciou seus trabalhos na última quinta-feira (25/5), com a eleição de Arthur Maia para presidência e a escolha da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) como relatora da investigação. A oposição já deixou claro que pretende mirar Bolsonaro. O senador Rogério Carvalho (PT-SE), por exemplo, já protocolou requerimento pedindo acesso aos dados do celular do ex-presidente extraídos pela Polícia Federal.
Possibilidade de outras convocações
Embora ainda não veja motivos para convocar Bolsonaro, o presidente da CPMI disse não ter resistências em convocar militares e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres para depor na comissão. Ainda é cedo para prever o curso que a investigação tomará, mas é evidente que a CPMI do 8 de Janeiro está se preparando para um período de intenso escrutínio e investigação.