Brasil, 29 de junho de 2025
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Especialistas alertam sobre proposta de RFK Jr. de monitorar saúde com dispositivos vestíveis

Executivos de segurança alertam para riscos de privacidade e proteção de dados em plano de RFK Jr. de incentivar uso de wearables para monitoramento de saúde

Durante audiência na Câmara dos EUA, Robert F. Kennedy Jr. sugeriu que todos os americanos usem dispositivos vestíveis como relógios e anéis inteligentes para acompanhar a saúde, o que gerou preocupações entre especialistas em segurança. A proposta visa que a população monitore fatores como níveis de glicose, frequência cardíaca e hábitos alimentares, mas levanta questões sobre privacidade e proteção de dados pessoais.

Riscos à privacidade com uso de dispositivos vestíveis

Embora a proposta ainda seja apenas uma sugestão e não uma política obrigatória, o Departamento de Saúde dos EUA planeja lançar uma campanha para estimular o uso de wearables. Esses dispositivos podem monitorar frequência cardíaca, ciclo menstrual, sono, localização e até níveis de açúcar no sangue, o que representa uma quantidade significativa de informações sensíveis.

Segundo especialistas, o principal problema está na segurança desses dados. “Eles armazenam informações que, se caírem em mãos erradas, podem afetar vários aspectos da vida de uma pessoa, como chances de contratação ou reajustes de seguro”, afirma Alex Hamerstone, diretor de soluções de segurança na TrustedSec.

Proteção de dados e brechas de segurança

Kevin Johnson, CEO da Security Ideas, chama atenção para o histórico de ataques a dispositivos similares, como o invasivo incidente do aplicativo Strava, que revelou a localização de bases militares dos EUA em 2018. Ele aponta vulnerabilidades nos wearables, que podem ser exploradas por hackers devido a falhas no hardware e software.

“Os aparelhos podem ser hackeados, e os dados podem ser vendidos por empresas de marketing ou acessados por criminosos”, alerta Johnson. Além disso, a maior parte dessas informações não é protegida pela HIPAA, legislação que resguarda históricos médicos tradicionais, o que amplia os riscos de uso indevido.

O que fazer para proteger a privacidade ao usar wearables

Para minimizar riscos, especialistas recomendam que usuários verifiquem e ajustem regularmente as configurações de privacidade de seus dispositivos. “Desative conexões Bluetooth e Wi-Fi desnecessárias, use senhas fortes e revise permissões de aplicativos”, orienta Johnson.

Porém, eles ressaltam que o controle individual é limitado. “As empresas têm muito poder sobre o armazenamento, o compartilhamento e a venda dos dados”, destaca Dave Chronister, CEO da Parameter Security. Além disso, o crescimento da inteligência artificial pode permitir análises cada vez mais detalhadas e invasivas de informações de saúde no futuro.

Implicações futuras do uso massivo de wearables

Especialistas alertam que, mesmo sem intervenção governamental, os riscos de vazamento, uso indevido e discriminação com dados de saúde são reais. “A longo prazo, o que importa é como esses dados podem ser utilizados para tomar decisões sobre seguros, empregos ou crédito”, explica Chronister.

Antes de adotar essa tecnologia, é essencial que os usuários percebam os limites e os perigos de compartilhar informações pessoais de saúde, especialmente diante de vulnerabilidades de segurança e do potencial de uso por corporações ou agentes mal-intencionados.

Esta matéria foi originalmente publicada na HuffPost e reforça a necessidade de atenção na era da vigilância digital de saúde.

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