Brasil, 1 de julho de 2025
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16 filmes de Hollywood antigo quase banidos por serem secretamente LGBTQ+

De clássicos repletos de símbolos até histórias que desafiaram a censura, esses filmes revelam o lado oculto da era de ouro de Hollywood

Durante o período da época de ouro de Hollywood, entre as décadas de 1930 e 1960, o Código de Não Divulgação, conhecido como Hays Code, obrigava os filmes a evitar qualquer conteúdo considerado “inapropriado” ou de conotação sexual. Em meio às restrições, cineastas criaram formas sutis para inserir mensagens e representações LGBTQ+ em obras até hoje marcantes. Aqui estão alguns dos filmes mais icônicos que, apesar das tentativas de censura, escondiam símbolos e histórias fortemente relacionadas à temática gay.

Rebelde sem causa (1955)

Estrelado por James Dean, símbolo de rebeldia e estética andrógina, o filme é carregado de uma energia bi ou gay não explícita. A cena originalmente planejada, em que Dean beija seu parceiro Plato, foi censurada pelo Hays Code, mas a influência da sua personagem e a química com outros atores continuam evidentes. Dean representa um ícone queer, mesmo que de forma não declarada.

All About Eve (1950)

Este clássico de drama teatral apresenta inúmeros subtextos LGBTQ+. Com 14 indicações ao Oscar, o filme narra a ascensão de uma atriz ambiciosa e seus jogos de propaganda e manipulação. Marilyn Monroe faz uma das primeiras aparições na carreira, e as referências à sexualidade e às dinâmicas de poder entre personagens sugerem uma carga de conteúdos subversivos e mensagens codificadas.

Homicidal (1961)

Um thriller de horror que ousou ultrapassar as fronteiras do que o Código permitia na época, incluindo uma cena de “fright break” – um intervalo antes do clímax, alertando o público que poderiam pedir reembolso se assustados demais. O filme possui uma reviravolta conotada com temas de identidade sexual e temor ao homossexual, de forma velada e assustadora.

Tea and Sympathy (1956)

Drama sensível que retrata um jovem na escola preparatória, cuja sensibilidade é marginalizada pelos colegas e professores. A relação dele com uma mulher mais velha, interpretada por Deborah Kerr, tem elementos de ambiguidade e conotação queer, reforçando a ideia de desejo reprimido sob uma narrativa delicada e estilizada.

Compulsion (1959)

Baseado no famoso caso Leopold e Loeb, o filme revela jovens ricos e com tendências homoeróticas que cometem assassinato, questionando a moralidade e o desejo de superioridade. Mesmo que sob uma história de crime, as entrelinhas de sexualidade e as relações de poder entre os protagonistas escaparam da censura.

Rope (1948)

Dirigido por Alfred Hitchcock, esse filme simula uma cena contínua de uma única tomada, aprofundando a sensação de claustrofobia e tensão entre dois jovens anárquicos e provavelmente homoeróticos. Eles escondem um corpo e celebram a transgressão — uma metáfora visual do desejo proibido.

Edge of the City (1957)

Drama urbano que paira sobre a amizade entre personagens masculinos interpretados por John Cassavetes e Sidney Poitier, carregado de subtexto gay e questão racial. A personagem de Ruby Dee também acrescenta uma camada de complexidade emocional e social às tensões do filme.

The Children’s Hour (1961)

Drama potente sobre duas professoras acusadas de terem um relacionamento lésbico, com a escandalosa rumor que destrói suas vidas. Estrelado por Audrey Hepburn e Shirley MacLaine, o filme, baseado na peça de Lillian Hellman, é considerado um marco na representação da homossexualidade no cinema.

Purple Noon (1960)

Versão francesa do livro “The Talented Mr. Ripley”, destaca a sensualidade e a tensão psicológica de um jovem sedutor e perigoso, com fortes undercurrents de desejo e manipulação. O filme é um exemplo de como o filme de suspense pode esconder temas LGBTQ+ sob a estética glamour e perigo.

Strangers on a Train (1951)

Outro clássico de Hitchcock que explora a troca de assassinatos entre dois estranhos com interesses em comum. A relação entre os personagens masculinos tem uma carga de desejo repressivo, voltando-se às questões de masculinidade e gay panic da época.

Suddenly, Last Summer (1959)

Incluindo uma das performances mais intensas de Elizabeth Taylor, o filme revela os segredos obscuros de uma família rica, com um desfecho que sugere sexualidade escondida e comportamentos desviantes, abrindo espaço para interpretações queer e críticas sociais.

The Hitch-Hiker (1953)

Um thriller que explora o medo e a vulnerabilidade de homens em uma jornada, com uma narrativa que evidencia a homossexualidade de forma sutil ao abordar a masculinidade, amizade e o homofóbico pânico que permeava o período.

The Servant (1963)

Obra que retrata o relacionamento de poder e desejo entre um jovem rico e seu criado. Com tensões homoeróticas implícitas, o filme é uma exploração psicológica aprofundada das dinâmicas de controle e submissão.

Victim (1961)

Pioneiro na abordagem abertamente homossexual no cinema britânico, mostra um advogado gay sendo chantageado. Um marco, pois questiona leis a favor da criminalização da homossexualidade, reforçando a importância de representar histórias LGBTQ+ na tela.

Advise & Consent (1962)

Drama político com subtexto homoerótico evidente, sobre a complexidade das relações de poder, segredo e corrupção na política americana, evidenciando que o desejo não respeitava os limites da moralidade oficial.

The Haunting (1963)

Clássico do horror com uma personagem feminina que desafia os estereótipos de predadora, incluindo um subtexto de relação lésbica e mulheres femininas fortes, tudo sob a atmosfera sombria e psicológica do suspense.

Rebecca (1940)

O filme de Hitchcock, vencedor do Oscar de Melhor Filme, traz a enigmática Mrs. Danvers, cujo obsessivo desejo por Rebecca tem todas as marcas de uma relação que na época foi codificada, mas que atualmente é vista como uma personagem queer icônica.

Perspectivas e Legado

Esses filmes mostram como a criatividade dos cineastas de Hollywood conseguiu driblar os obstáculos do censor e inserir mensagens relevantes para a comunidade LGBTQ+ de forma sutil, mas potente. Hoje, eles representam um patrimônio cultural que celebra a resistência e a liberdade de expressão, além de oferecer uma janela histórica para o que foi possível na era de repressão.

Para quem deseja explorar mais sobre cinema LGBTQ+ e história, o acervo de filmes clássicos é uma fonte inesgotável de referências e símbolos. E você, já assistiu algum desses filmes escondidos sob a censura?

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