França e Argentina assinaram, nesta quarta-feira (27), um acordo bilateral voltado à cooperação e ao desenvolvimento do setor de minerais críticos, especialmente o lítio. A iniciativa visa promover investimentos e financiamento na extração e processamento do elemento, fundamental para baterias de veículos elétricos e dispositivos tecnológicos, em um momento de crescente demanda global.
Acordo reforça parceria na exploração de minerais críticos
Assinado em Buenos Aires pelo ministro francês do Comércio Exterior, Laurent Saint-Martin, e pelo secretário de Mineração da Argentina, Luis Lucero, o memorando destaca a importância de elevar a parceria mineral aos níveis políticos estratégicos. Segundo Saint-Martin, o objetivo é fazer do setor uma prioridade bilateral, alinhada às soluções energéticas do futuro.
De acordo com Lucero, o acordo representa uma “rota a ser seguida” e uma oportunidade de ampliar o diálogo bilateral para concretizar medidas concretas de cooperação. A Argentina, com a terceira maior reserva mundial de lítio, possui também o quarto maior volume de produção global, atrás de Austrália, Chile e China.
Argentina: gigante de recursos minerais e papel estratégico
Segundo dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos, a Argentina detém recursos valiosos de lítio e se integra ao “triângulo do lítio” junto com Bolívia e Chile, uma região que concentra mais da metade das reservas mundiais do mineral. Além de sua vasta reserva, o país investiu cerca de US$ 850 milhões em 2024 na instalação da primeira planta de extração direta do grupo minerador francês Eramet, na província de Salta.
Especialistas afirmam que a riqueza de recursos argentinos deverá desempenhar papel central na transição energética global. “A Argentina possui recursos minerais de primeira ordem em termos de qualidade, quantidade e diversidade, e desempenhará um papel fundamental nesse processo”, afirmou Saint-Martin.
Investimentos estrangeiros e perspectivas futuras
Dados do governo argentino indicam que os investimentos franceses na economia do país aumentaram 43% em 2024, atingindo US$ 7,6 bilhões, tornando a França o quinto maior investidor estrangeiro. Além do setor mineiro, que concentra recursos significativos, a cooperação bilateral também prevê aceleração de projetos de empresas francesas nos próximos anos, além do uso de instrumentos públicos para financiamento.
Argentina já assinou memorandos de cooperação em minerais críticos com os Estados Unidos, em agosto de 2024, e com os Emirados Árabes Unidos, em fevereiro do mesmo ano.
Implicações para a transição energética global
O acordo franco-argentino marca uma etapa importante para a consolidação do setor de minerais estratégicos na América do Sul, região que, junto com a China e Austrália, detém grande parte das reservas mundiais de lítio. Especialistas avaliam que a iniciativa pode impulsionar a produção e inovação, contribuindo para uma matriz energética mais sustentável e tecnológica.
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