Na última quarta-feira (25), a Polícia Civil de Santos, no litoral de São Paulo, anunciou a prisão de Alex Amaro de Oliveira, conhecido como Barba, que se tornou tesoureiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) após a morte de um criminoso que fez ameaças ao senador Sergio Moro. O delegado Leonardo Rivau, da 2ª Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise), confirmou as informações durante uma coletiva à imprensa.
A ascensão de Barba no PCC
Barba assumiu o cargo de tesoureiro após o assassinato de Elias, também conhecido como Palito, que era o responsável por gerenciar as finanças da facção criminosa. A morte de Palito ocorreu em novembro de 2024 e foi marcada por um registro policial que indica uma discussão antes do crime, em que um cliente se desentendeu com o criminoso em um bar.
A notoriedade de Palito cresceu em parte devido a um áudio interceptado pela Polícia Federal, no qual ele expressava indignação com a transferência de líder e outros membros da facção para presídios federais. “Esse Moro aí, mano, esse cara é um filho da p*** mesmo. Ele veio para atrasar”, disse Palito, referindo-se ao então ministro da Justiça e Segurança Pública.
Detalhes da Operação Policial
A prisão de Barba foi resultado de uma operação que se estendeu por toda a Baixada Santista e Vale do Ribeira, realizada por policiais civis de 24 cidades da região. A ação foi deflagrada após cerca de um mês de investigações que utilizaram mecanismos de inteligência policial. A operação começou às 6h de quarta-feira e se estendeu até o meio-dia de quinta-feira, resultando na prisão de 36 pessoas e na apreensão de 11 adolescentes.
Monitoramento clandestino e movimentação financeira
Durante a operação, os policiais encontraram um apartamento luxuoso em Morumbi, onde Barba estava escondido. No local, foram descobertas anotações que evidenciavam uma movimentação financeira de aproximadamente R$ 50 mil por dia em pontos de tráfico de drogas associados ao PCC. Além disso, os agentes descobriram uma central de monitoramento clandestina, com câmeras direcionadas a várias favelas da cidade.
O delegado Rivau comentou que a prisão de Barba e seu funcionário mostrou como a facção estava movimentando recursos. “O que leva a crer é que ele [Barba] acabava pegando dinheiro do crime e utilizando na compra de bens. É uma forma de lavagem de dinheiro”, destacou.
A operação de grande escala
A operação da Polícia Civil visou não apenas a prisão de Barba, mas também de outras figuras ligadas ao tráfico de drogas na Baixada Santista. Além dos indivíduos detidos, os policiais cumpriram 68 mandados de busca e apreensão, apreenderam 36 veículos, armas de fogo e cerca de 78 kg de entorpecentes. O tamanho da operação destaca a intenção das forças de segurança em combater o tráfico de drogas e as atividades de facções criminosas na região.
O caso de Alex Amaro de Oliveira é mais um exemplo do desafio que as autoridades enfrentam no combate ao crime organizado, especialmente em uma região que tem sido fortemente afetada por ações de facções como o PCC.
Expectativas futuras
Com a prisão de Barba, as autoridades policiais esperam que a desarticulação de sua rede de operações traga um impacto positivo no combate ao tráfico de drogas na região. A luta contra o PCC e outras facções criminosas continua sendo uma prioridade, e novas operações devem ser planejadas para desmantelar operações criminosas e prender as lideranças envolvidas.
A sociedade espera que essas ações resultem em um ambiente mais seguro e que a justiça seja feita, evitando que histórias de ascensão de criminosos como Barba se repitam no futuro.
As investigações seguirão com intensidade, na esperança de trazer mais envolvidos à justiça e desmantelar o poder econômico e criminoso do PCC e de outras organizações similares no Brasil.