Com prazo para encerrar em 9 de julho, as tarifas recíprocas impostas pelos Estados Unidos ainda não tiveram um acordo abrangente, e o Brasil continua na trilha das negociações. A pausa, anunciada por Donald Trump, está próxima do fim, mas ainda há expectativa de prorrogação enquanto os diálogos avançam.
Negociações ainda em andamento e impacto para o Brasil
Nas últimas semanas, os EUA concluíram apenas dois acordos comerciais — com o Reino Unido e a China — e o Brasil não foi um dos envolvidos nessas tratativas. Nesta sexta-feira (27), Trump afirmou que o prazo de 9 de julho não está fixo, podendo ser estendido ou encurtado, dependendo da evolução das negociações.
“A data de 9 de julho não é fixa, podemos fazer o que quisermos. Podemos estender, podemos encurtar. Eu gostaria de encurtar”, declarou o presidente americano.
Acordos recentes e dificuldade diplomática
O tratado com o Reino Unido, assinado em maio, realinhou cotas e reduziu tarifas aplicadas por ambos os países sobre produtos importados. Já a aproximação com a China, ocorrida no início de junho, ainda depende de aprovações formais e envolve tarifas de 10% e 55% sobre produtos americanos e chineses, respectivamente.
Apesar desses avanços, as tarifas continuam em vigor para diversos países, incluindo o Brasil, que enfrenta sobretaxas de até 50% sobre aço e alumínio desde o início do mês. Especialistas pontuam que as dificuldades diplomáticas dos EUA dificultam acordos mais amplos com múltiplos parceiros, incluindo o Brasil.
Perspectivas para o Brasil e negociações bilaterais
O Brasil, embora não tenha sido alvo direto das tarifas de 25% elevadas para 50%, permanece vulnerável às sobretaxas sobre aço e alumínio, produtos estratégicos para suas exportações. Segundo Frederico Nobre, gestor de investimentos da Warren, a prioridade agora é garantir cotas preferenciais ou isenções tarifárias por meio de negociações bilaterais.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) trabalha com o Itamaraty para aprofundar o diálogo com os EUA e evitar prejuízos às exportações brasileiras, sobretudo do setor siderúrgico. O ministro Geraldo Alckmin afirmou que as tratativas incluem a formação de um grupo de trabalho bilateral, mas ainda sem detalhes públicos sobre seu andamento.
Contexto global e próximos passos
Outros países e blocos econômicos também tentam negociar com os EUA antes do fim do prazo, marcado para o dia 9 de julho. Líderes do G7, União Europeia, Índia, Canadá e Japão têm buscado acordos adicionais ou estratégias retaliatórias, enquanto Trump mantém a postura de flexibilidade, dependendo das condições do momento.
Analistas avaliam que, diante do impasse, é provável uma prorrogação da suspensão das tarifas para concluir as negociações em curso, especialmente considerando o envolvimento de países importantes na cadeia global de comércio. O cenário, contudo, permanece incerto, com disputas diplomáticas e interesses econômicos em jogo.
O Brasil continua atento às discussões e tenta assegurar condições que protejam seus interesses econômicos, sobretudo a manutenção de suas exportações de aço para os Estados Unidos. As próximas semanas serão decisivas para definir o rumo dessas negociações.
Mais detalhes sobre o progresso das tratativas podem ser acompanhados na matéria do g1.