Brasil, 30 de junho de 2025
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‘Materialists’: o filme que questiona o amor na era do materialismo

Celine Song traz uma reflexão sincera sobre amor, vulnerabilidade e as armadilhas do consumismo nos relacionamentos modernos.

Dirigido por Celine Song, o filme ‘Materialists’ estreia nos cinemas brasileiros trazendo uma abordagem honesta e perturbadora sobre as dificuldades de encontrar amor genuíno em um mundo dominado pelo materialismo e o controle. A história acompanha Lucy, interpretada por Dakota Johnson, uma casamenteira que tenta encaixar seus clientes no perfil perfeito, mas acaba descobrindo que a essência do amor vai muito além de uma lista de requisitos.

Uma crítica ao amor controlado e superficial

Ao longo do filme, Lucy se vê presa na busca por um relacionamento ideal baseado em padrões materiais. Seus clientes querem parceiros que atendam a exigências quase impossíveis, reforçando a ideia de que o amor virou uma troca de bens e status. No entanto, a jornada de Lucy revela que o verdadeiro amor exige vulnerabilidade e entrega, conceitos que ela tinha deixado de lado.

O impacto do materialismo na relação

Harry, vivido por Pedro Pascal, é um exemplo desse amor equivocado. Com seu império imobiliário de US$ 12 milhões, ele tenta conquistar Lucy com presentes luxuosos, acreditando que o dinheiro substitui sentimentos reais. Segundo a diretora Celine Song, essa hipervalorização do valor material é uma das maiores armadilhas da era moderna, que faz as pessoas acreditarem que a autoimportância está no que possuem, e não no que sentem.

Amor, vulnerabilidade e a linguagem do coração

No contraponto, John, interpretado por Chris Evans, representa o amor sem preço, aquele que é construído na conexão genuína e na compreensão mútua. A relação entre Lucy e John evidencia como o amor é uma comunicação silenciosa, uma troca de olhares e emoções que transcendem palavras. Celine Song afirma que: “Amor é uma linguagem, e nesse diálogo silencioso, encontramos nossa verdadeira casa.”

Sobre a visão de Celine Song

Convidada pelo podcast Modern Love, de The New York Times, Song reforça que “amor é algo que acontece, não algo que podemos controlar”. Para ela, a crise da relação moderna reside na tentativa de transformar sentimentos em algoritmos, esquecendo que o mais importante é permitir-se ser vulnerável.

O diálogo contra o fascínio pelo ‘broke man propaganda’

Apesar de algumas críticas na internet de que o filme promove a ideia de valorizar o ‘homem pobre’ na relação — uma alegoria ao questionamento do capitalismo emocional —, a narrativa de Song deixa claro que a mensagem é oposta. ‘Materialists’ questiona a lógica de que o amor deve estar necessariamente atrelado ao status financeiro e reforça que as conexões mais autênticas surgem quando rompemos com essa cultura de controle.

Reflexão final: o amor que nos faz sentir vivos

Na visão de Song, o filme é uma reflexão íntima sobre como o amor exige que nos entreguemos ao caos das emoções, sem tentar dominá-las. Como ela própria comenta, gostar de alguém é aceitar tanto o momento de ser admirado quanto o de se sentir humilhado — uma troca de vulnerabilidades que define a verdadeira essência do relacionamento.

‘Materialists’ é um lembrete de que a felicidade amorosa não está nos padrões, nos bens ou nas expectativas, mas na nossa capacidade de sentir, de se abrir e de aceitar o outro como ele é. Uma obra que, mesmo em meio à confusão e às emoções à flor da pele, revela o que o amor realmente é na era do consumismo galopante.

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