Brasil, 28 de junho de 2025
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‘Materialists’: o amor na era do materialismo e da desilusão

Filme de Celine Song questiona o valor do amor genuíno frente ao consumo e às exigências modernas, recuperando a essência das emoções humanas.

Estreado recentemente, o filme Materialists, dirigido por Celine Song, mergulha na complexidade do amor na sociedade contemporânea, marcada pelo materialismo e pelas expectativas irreais. A trama acompanha Lucy, interpretada por Dakota Johnson, uma casamenteira que busca preencher as exigências exageradas de seus clientes, sem perceber que, na luta por encontrar a alma gêmea perfeita, ela mesma ignora o que realmente importa: o amor autêntico.

A crítica ao materialismo na busca por amor

Desde o início, Materialists revela como o amor moderno é influenciado por valores consumistas. Harry, personagem de Pedro Pascal, usa sua riqueza para oferecer luxos a Lucy, numa tentativa de substituir afeto verdadeiro por dinheiro. Quando ela percebe que esse tipo de “amor” é superficial e baseado apenas em bens materiais, decide terminarem o relacionamento. Segundo a diretora, a riqueza de Harry simboliza a superficialidade de uma relação fundada no consumo.

A narrativa reforça a ideia de que o verdadeiro valor do amor reside na vulnerabilidade, na conexão emocional e na capacidade de sermos sinceros conosco mesmos. Para Celine Song, essa reflexão é fundamental, já que hoje prevalece uma cultura de controle e superficialidade na hora de se relacionar.

O amor como linguagem e conexão genuína

O filme evidencia que o amor, muitas vezes, se expressa por gestos silenciosos e olhares atentos. A relação entre Lucy e John, interpretado por Chris Evans, exemplifica isso ao mostrar uma conexão espontânea e natural, baseada na compreensão mútua. Mesmo diante de dificuldades financeiras, John consegue ver quem Lucy realmente é — algo que Harry nunca fez.

Em participação no podcast Modern Love, do NYT, Celine Song comentou que “namorar é difícil, e amar é fácil”. Ela acredita que o amor acontece de forma irresistível, sem controle, ao contrário das relações modernas, muitas vezes moldadas para aumentar a autoimagem e o valor superficial das pessoas, como apontado pela cineasta.

Conflitos e críticas ao filme

Apesar de sua beleza estética e emocional, Materialists gerou debates. O filme mostra Lucy dividida entre Harry, o homem rico, e John, seu ex-companheiro de situação financeira instável. A narrativa promove uma crítica à mercantilização do amor e à tendência de priorizar o status e a aparência sobre o sentimento verdadeiro.

Controvérsias surgiram na internet acerca da alegação de que a obra reforça uma suposta “propaganda do homem pobre” em detrimento do homem rico, uma leitura que a própria Song rejeita veementemente ao defender que o amor deve ser baseado na conexão emocional, e não em investimentos materiais.

Um convite à vulnerabilidade e ao amor verdadeiro

Celine Song defende que o amor exige entrega total, força para abrir mão do controle e aceitar a vulnerabilidade. Essas ideias ficam evidentes na trajetória de Lucy, que precisa confrontar suas próprias expectativas e entender que a verdadeira conexão está na honestidade emocional, não na perfeição idealizada.

Ao refletir sobre o que realmente importa na relação, Materialists serve como um lembrete precioso de que somos valiosos pelos nossos sentimentos e diálogos sinceros — uma mensagem que ressoa especialmente na era da desensibilização e do consumo acelerado de experiências.

O impacto e a recepção

O filme foi recebido com misto de admiração e desconforto, justamente por sua abordagem visceral e honesta sobre o amor. Ele é considerado uma obra que, embora difícil, retrata a realidade das emoções humanas de maneira pura e sem filtros. Afinal, o amor é, antes de tudo, uma linguagem que precisa ser entendida por meio do coração, não de números ou listas de requisitos.

Para quem busca uma reflexão genuína sobre relacionamentos, Materialists oferece uma visão sensível e desafiante, reforçando que, na essência, o amor verdadeira é gratuito — uma conexão que não se compra nem se vende.

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