O Censo Demográfico de 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (27), trouxe à tona um dado significativo: as mulheres do Distrito Federal estão tendo filhos em média aos 29,3 anos, a maior do Brasil. Este indicador reflete uma tendência crescente de adiamento da maternidade, onde o DF se destaca acima da média nacional, que é de 28,1 anos.
O que diz o Censo 2022?
A pesquisa revelou que o DF apresenta a menor proporção de mulheres com até 20 anos que se tornaram mães. Além disso, a taxa de fecundidade na região caiu em 7% em 2022, apontando uma mudança no comportamento reprodutivo nesse período. A média de filhos por mulher no DF também é a menor registrada, com apenas 1,38 filhos por mulher.
O IBGE explica que, entre 2010 e 2022, houve um envelhecimento visível na curva de fecundidade, deslocando a maior proporção de filhos de mulheres mais jovens para aquelas em idades mais avançadas. Essa mudança está alinhada com as mudanças sociais e econômicas que têm impactado o Brasil nos últimos anos.
Aumento da idade em todo o Brasil
Essas tendências não se limitam ao Distrito Federal. O Censo de 2022 também mostrou que todos os estados brasileiros registraram um aumento na idade média em que as mulheres estão tendo filhos, em comparação a dados de 2010. A idade média de fecundidade passou de 26,3 anos em 2000 para 26,8 anos em 2010, e agora alcançou 28,1 anos em 2022.
Esse aumento na idade de ter filhos é resultado de diversos fatores, como o aumento da escolaridade feminina, a maior participação das mulheres no mercado de trabalho e o melhor acesso a métodos contraceptivos. Essa mudança de comportamento já estava sendo observada nas últimas décadas e continua a se consolidar nas estatísticas.
Desigualdades regionais
O Centro-Oeste é a região que apresentou o maior aumento na idade média de fecundidade entre 2000 e 2022, com um acréscimo de 2,7 anos. No entanto, as regiões Sudeste e Sul têm uma média de fecundidade de 28,7 anos, o que indica um envelhecimento mais precoce em comparação com as outras regiões: Centro-Oeste, Nordeste e Norte.
Essas informações revelam um panorama complexo sobre a maternidade no Brasil, onde a decisão e o momento de ter filhos têm se tornado cada vez mais estratégicos e alinhados a planos de vida e realizações pessoais.
A trajetória do comportamento reprodutivo
Com o avanço das políticas de educação e a luta por igualdade de gênero, o papel da mulher na sociedade tem mudado substancialmente. Há uma crescente valorização das carreiras e do desenvolvimento profissional, o que se reflete nas estatísticas de fecundidade. As mulheres estão cada vez mais optando por adiar a maternidade em busca de melhores condições para criar seus filhos.
A situação das mães no Distrito Federal é um reflexo dessa transformação. No entanto, também traz à tona a necessidade de políticas públicas que apoiem essas mulheres em suas escolhas, promovendo um ambiente que seja propício tanto para a vida profissional quanto para a maternidade.
O futuro da fecundidade no Brasil
Com a menor taxa de fecundidade registrada na história do país, segundo o IBGE, a população brasileira pode começar a diminuir a partir de 2042. Essa previsão acende um alerta sobre a necessidade de renovar as discussões em torno da maternidade, das políticas de apoio e da importância de um planejamento familiar consciente.
O tema gera debates intensos sobre desenvolvimento social, econômico e cultural, além de trazer à tona diversas questões sobre como o Brasil se preparará para atender essa nova realidade demográfica. A pesquisa do IBGE é um importante passo para compreender essas dinâmicas e para o futuro das políticas sociais do país.
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