Brasil, 27 de junho de 2025
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Governo Lula adota pragmatismo e intensifica discurso após derrotas no Congresso

Após derrotas, governo busca diálogo e novas estratégias para evitar crise política.

Diante da sequência de derrotas do governo no Congresso, em especial na recente derrubada do decreto sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmam que o Palácio do Planalto adotará uma estratégia de pragmatismo. A ideia é esperar esfriar a tensão e seguir dialogando com parlamentares, buscando acordos em pautas de interesse do Executivo. A nova abordagem, no entanto, inclui a intensificação do discurso polarizador de “ricos contra pobres”, que já gerou incômodo entre a cúpula do Legislativo.

O foco do governo nas eleições de 2026

Uma das principais preocupações do governo é evitar a deterioração das relações com os líderes do Congresso, fundamental para a aprovação de pautas que poderão servir como bandeiras eleitorais em 2026. Entre essas propostas está a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, uma promessa de campanha de Lula e uma temática que, na avaliação do Planalto, pode gerar desgaste se não for concretizada até o fim do mandato.

Diálogo com o Centrão e estratégias eleitorais

Para não empurrar siglas do Centrão para a oposição, colaboradores do presidente estão trabalhando para que partidos como PSD, União Brasil e MDB se declarem independentes. A ideia é firmar alianças regionais com o PT. Este movimento é estratégico, especialmente após um dia em que 58 dos 60 deputados do União Brasil votaram contra o governo. Logo após essa derrota, Lula se reuniu com o presidente do partido, Antonio Rueda, em busca de reconciliação.

Contudo, a expectativa é que Lula não busque contato imediato com os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta e Davi Alcolumbre, respectivamente. O governo considera que houve uma quebra de acordo em relação à votação do decreto do IOF, realizada de maneira imprevista e sem as devidas articulações.

Conflitos internos e alianças em jogo

Um dos temores entre os ministros é que a deterioração das relações possa levar o PP e União Brasil a abandonarem os cargos que ocupam na gestão Lula. Na avaliação de integrantes do governo, as derrotas recentes no Congresso são indicativas de um movimento coordenado por partidos do Centrão, objetivando enfraquecer a posição de Lula de olho nas próximas eleições.

Entre os principais articuladores dessa estratégia, está o presidente do PP, Ciro Nogueira, que tem buscado apoio de líderes de outros partidos para se unir contra Lula. Mesmo assim, o MDB, tradicional aliado do governo, também demonstrou distanciamento, com 41 de seus 43 deputados votando contra o decreto do IOF.

A crise no Senado e as expectativas quanto ao apoio do MDB

No Senado, a tensão também prevalece, especialmente em uma disputa envolvendo Davi Alcolumbre e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Essa crise está travando a pauta do Senado, que já enfrenta desafios em projetos que impactam na conta de luz da população.

Por outro lado, membros do MDB mais próximos a Lula reconhecem que está se esgotando o poder de convencimento em relação à ala do partido que se inclina à centro-direita. Defensores da situação atual afirmam que, dependendo do cenário, o MDB poderá liberar seus diretórios regionais para decidir sobre a candidatura a apoiar em 2026.

Uma nova abordagem em busca da popularidade

Em meio a essa turbulência política, governistas defendem que a questão da justiça fiscal pode ser um campo fértil para reposicionar a imagem da administração Lula. A intenção é que o governo se posicione de forma mais enfática nas questões que afetam os mais pobres e combata privilégios.

Com a realidade de que muitos eleitores vêm expressando dificuldade em identificar realizações significativas da atual gestão, a proposta de aumentar a isenção do Imposto de Renda, abolir a jornada de trabalho 6 x 1 e combater supersalários no funcionalismo público são vistas como bandeiras que poderiam resgatar a popularidade do governo.

Após um ano complexo até as próximas eleições, as articulações políticas do governo se tornam mais urgentes e essenciais para garantir que Lula recupere o apoio de grupos políticos essenciais e retome sua agenda econômica, ao mesmo tempo em que enfrenta um cenário de adversidade popular e parlamentar.

O destino político de Lula poderá depender das ações e articulações que forem feitas nos próximos meses, conforme ele se prepara para a reeleição e busca reverter a má fase que sua administração enfrenta.

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