A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deu um importante passo no combate a fraudes, apreendendo nesta quinta-feira (26) R$ 80 mil em dinheiro vivo e um veículo que foi vendido seis vezes para diferentes vítimas. A operação, realizada em Ceilândia, revelou um esquema de golpe envolvendo um falso consórcio de veículos, onde o grupo se aproveitava da boa-fé das pessoas que buscavam financiamento facilitado.
Detenção e apreensões durante a ação
Durante a ação policial, cinco pessoas foram detidas, incluindo os principais organizadores do esquema. Notavelmente, um dos suspeitos foi encontrado com malas prontas, o que sugere que eles estavam prestes a levar adiante suas atividades fraudulentas. Além do dinheiro, uma arma de fogo furtada e diversos equipamentos eletrônicos, como notebooks e celulares, foram apreendidos. Estes itens passarão por perícia para ajudar na construção do caso.
Entre os presos estão Ericles Queiroz, Marcos Vinícius, Larissa Coimbra, Guilherme Silva e Joyce Rodrigues. Segundo a PCDF, Marcos Vinícius e Ericles Queiroz eram os organizadores do grupo, enquanto Joyce Rodrigues se destacou como uma das responsáveis pelo treinamento dos vendedores. Larissa Coimbra atuava como interlocutora, enganando as vítimas com desculpas e falsas promessas após o golpe, enquanto Guilherme Silva era um vendedor ativo com diversos registros de ocorrências policiais.
Uma integrante do grupo, Maria Gabriele, responsável por receber pagamentos via PIX, continua foragida.
Como funcionava o golpe do falso consórcio
De acordo com as investigações, o grupo utilizava a empresa de fachada denominada Alfa Motors Prime para aplicar o golpe, anunciando veículos em sites de venda, frequentemente em estados diferentes daquele onde operavam, confiante de que a distância dificultaria a identificação das fraudes. As vítimas eram atraídas por ofertas extremamente vantajosas, sendo convencidas a pagar uma entrada que, em média, girava em torno de R$ 5 mil.
Após o pagamento inicial, os compradores nunca recebiam os veículos prometidos. Quando questionavam os golpistas, eram avisados de que a quantia enviada era apenas para uma suposta “verificação de crédito” que não havia sido aprovada. A dinâmica do golpe era elaborada para inserir credibilidade na negociação, incluindo:
- Contatos online com falsos vendedores;
- Simulações de negociações, incluindo vídeos e documentos falsificados;
- Solicitações de sinal com valores que variavam em torno de R$ 5 mil;
- Desvio do discurso após a transação, alegando que o dinheiro era para uma “consultoria financeira”;
- Não entrega do veículo e devoluções fraudulentas ou inexistentes.
Consequências e repercussão do caso
Além da prisão dos acusados, a ação da PCDF tem grande importância na luta contra a disseminação de fraudes no meio digital, especialmente com a crescente oferta de produtos e serviços online. O golpe de falso consórcio não só resultou em prejuízos financeiros para as vítimas, mas também em um clima de insegurança e desconfiança em plataformas de compra e venda de automóveis.
A operação contra esse tipo de crime pode servir como alerta para futuros golpes, reforçando a necessidade de cuidados e atenção redobrada ao realizar transações financeiras, principalmente quando envolvem valores expressivos.
O g1 DF está acompanhando o desenrolar desse caso e tentará contato com a empresa Alfa Motors Prime para esclarecer as circunstâncias em torno da operação. O acompanhamento das ações policiais e a atenção à segurança nas transações são essenciais para coibir práticas fraudulentas.
Esse incidente é apenas um dos muitos que ilustram a necessidade de maior conscientização sobre fraudes e práticas enganosas que se proliferam na internet, sendo vital que os consumidores permaneçam vigilantes em suas interações para evitar cair em armadilhas semelhantes no futuro.