Brasil, 27 de junho de 2025
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Amazônia precisa de soluções sustentáveis, afirma climatologista Carlos Nobre

Amazônia vive crise ambiental; Carlos Nobre destaca a urgência de soluções sustentáveis em evento sobre mudanças climáticas.

No evento Ponto de Mudança, realizado pelo Metrópoles no dia 26 de junho, o renomado climatologista Carlos Nobre destacou a necessidade urgente de soluções sustentáveis para proteger a Amazônia. A preocupação não é apenas com o desmatamento crescente, mas também com a complexidade social e ambiental da região, que abriga o maior bioma do planeta, com mais de 6,5 milhões de quilômetros quadrados de floresta.

A riqueza e diversidade da Amazônia

A Amazônia brasileira é lar de cerca de 28 milhões de pessoas, uma quantidade que salta para 47 milhões ao considerar toda a região pan-amazônica, incluindo mais de 2,2 milhões de indígenas. Por sua rica biodiversidade e importância ecológica, a proteção desse bioma é vital para o equilíbrio ambiental global.

“Por isso, é fundamental que busquemos soluções sustentáveis”, afirmou Nobre, enfatizando que a degradação da Amazônia não é apenas uma questão ambiental, mas também uma questão de justiça social e econômica.

Vetores da degradação ambiental

Carlos Nobre apontou os principais responsáveis pela degradação ambiental da Amazônia. Destacou que a expansão da agropecuária—especialmente a pecuária bovina e a produção de soja—é uma das principais causas do avanço do desmatamento. Esse processo já resultou na devastação de cerca de 860 mil quilômetros quadrados de floresta na região conhecida como “arco do desmatamento”, que se concentra principalmente na porção sul e leste da Amazônia brasileira.

Além disso, o climatologista alertou para o surgimento de um segundo arco de desmatamento, abrangendo novas áreas sensíveis da floresta, o que aumenta ainda mais a necessidade de uma resposta contundente e imediata.

Desmatamento ilegal e ações urgentes

É alarmante que, segundo Nobre, 90% do desmatamento na Amazônia seja ilegal. Essa estatística sublinha a urgência pela implementação de políticas públicas eficazes e pela fiscalização rigorosa contra práticas predatórias e ilegais na região. O climatologista defendeu que a responsabilização é fundamental para a restauração e proteção da floresta.

Para enfrentar essa crise, Nobre citou a criação do projeto Arco da Restauração, lançado pelo BNDES durante a COP28, que busca restaurar 24 milhões de hectares de floresta até 2050, com a primeira fase do projeto focando na recuperação de 6 milhões de hectares até 2030.

“Embora o custo da empreitada seja elevado, a restauração é viável e já está em andamento, representando um passo concreto na construção de um novo modelo climático para a região”, afirmou Nobre, ressaltando a importância de ações integrativas e sustentáveis.

COP 30: uma oportunidade histórica

A COP30, que será realizada em 2025 em Belém (PA), marcará a primeira Conferência da ONU sobre mudanças climáticas a ocorrer na Amazônia. Este evento representa uma oportunidade histórica para o Brasil se posicionar como líder na agenda ambiental global, apresentando soluções inspiradas nas vivências dos povos da floresta e reafirmando seu compromisso com a sustentabilidade.

Ao concentrar as atenções internacionais na Amazônia, a COP30 poderá catalisar investimentos e acesso a tecnologias que são cruciais para reverter o quadro crítico de degradação ambiental na região.

A luta pela proteção da Amazônia é uma responsabilidade de todos, e as palavras de Carlos Nobre ecoam um chamado urgente para ações eficazes e compromisso coletivo. A proteção do nosso maior bioma não é apenas um imperativo ambiental, mas uma questão de sobrevivência para muitos que dependem diretamente da floresta para viver.

Com o avanço das políticas sustentáveis e a conscientização global sobre a crise climática, há esperança de que a Amazônia possa ser restaurada e protegida para as gerações futuras.

Em resumo, a Amazônia não pode esperar. É necessário um esforço conjunto para garantir que suas riquezas naturais e culturais sejam preservadas, não apenas para o Brasil, mas para o mundo inteiro.

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