A eleição do deputado estadual Zohran Mamdani para prefeito de Nova York gerou apreensão no setor empresarial, com previsões de fuga de capitais para estados com impostos mais baixos, como Texas e Flórida. Essa vitória reflete um fenômeno global, onde eleitores insatisfeitos elegeram populistas de esquerda e de direita, mas o impacto econômico de uma administração socialista na cidade mais capitalista do mundo ainda suscita dúvidas.
Propostas populistas diante de desafios complexos
Mamdani propôs a criação de uma rede de supermercados públicos subsidiados para reduzir os preços dos alimentos, alegando inspiração em Donald Trump, embora essa ideia ignore que supermercados operam com margens de lucro entre 1% e 2%. Uma análise realizada pelos autores do artigo mostrou que, de 2014 a 2023, empresas do Fortune 100 limitaram aumentos de preços e lançaram programas de desconto, sem evidências de prática de superlucro predatório.
Outro projeto polêmico é a proposta de “congelar os aluguéis”, que poderia desestimular a construção de novas moradias — essencial em um momento de escassez. Além disso, Mamdani defende a nacionalização de companhias de energia, uma medida criticada por ambientalistas e especialistas, que consideram essa abordagem pouco eficiente para enfrentar as mudanças climáticas.
Implicações econômicas e fiscais da agenda socialista
Estimando que sua administração custaria cerca de US$ 10 bilhões ao ano, Mamdani pretende financiar seus planos aumentando impostos sobre grandes corporações e ricos, embora essa estratégia dependa de aprovações legislativas complexas. Como prefeito, ele também poderia usar controles de uso da terra, restrições ambientais e processos burocráticos para prejudicar empresários, investidores e construtores — elementos essenciais à saúde econômica da cidade.
Inexperiência e riscos à estabilidade financeira
Mamdani tem uma trajetória limitada, tendo gerenciado uma equipe de cinco pessoas na Assembleia Legislativa. Sua falta de experiência e de um projeto concreto de gestão geram dúvidas. O jornal New York Times chegou a questionar sua capacidade de liderar, afirmando que ele não mereceria uma vaga na disputa.
Fuga de empresas e consequências para Nova York
O movimento de grandes bancos e corporações para outros estados já é uma realidade. O JP Morgan Chase, fundada em Nova York há mais de 200 anos, tem transferido milhares de funcionários para Texas e Miami, com Texas superando Nova York como maior base de empregados do banco. Goldman Sachs e Citigroup também estão migrando suas operações.
Essas decisões de relocação causam perda de empregos, redução na arrecadação fiscal e diminuição dos recursos para infraestrutura, serviços públicos e cultura, ameaçando o futuro econômico da cidade.
Perspectivas para o futuro de Nova York
Se Nova York seguir o caminho socialista proposto por Mamdani, a cidade poderá enfrentar uma crise econômica agravada pela fuga de empresas e capital. Embora os efeitos ainda sejam incertos, a experiência de outras regiões revela que políticas populistas e intervencionistas tendem a prejudicar a competitividade e a prosperidade local.
