Brasil, 26 de junho de 2025
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Críticas ao resgate de brasileira morta em vulcão na Indonésia

Internautas brasileiros reprovam resposta das autoridades após a morte de Juliana Marins, que caiu em trilha de montanha no país.

O trágico caso da brasileira Juliana Marins, que perdeu a vida após uma queda em um vulcão na Indonésia, gerou uma onda de críticas nas redes sociais, especialmente entre os usuários brasileiros. A demora das autoridades para resgatar Juliana e a falta de preparação da equipe de socorro foram os principais pontos de reprovação. A família da vítima já anunciou a intenção de buscar justiça, afirmando que a resposta das autoridades foi negligente.

Resposta negativa nas redes sociais

Após o corpo de Juliana ser recuperado, diversas contas de Instagram da Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia (Basarnas) e do presidente do país, Prabowo Subianto, foram inundadas com comentários de internautas exigindo explicações. “Por que o processo de resgate foi tão lento?” e “Juliana morreu não porque caiu, mas porque ficou lá por muito tempo” foram algumas das mensagens que expressaram a inconformidade com os protocolos de segurança.

Juliana Marins caiu em um desfiladeiro do monte Rinjani na manhã de sábado, 21 de junho. Apesar de os relatos indicarem que ela ainda estava viva após a queda, somente três dias depois é que a equipe de resgate conseguiu alcançá-la. Com isso, a família defende que, se a equipe de resgate tivesse agido mais rapidamente, Juliana poderia ter sido salva.

Dificuldades enfrentadas pela equipe de resgate

Investigação da BBC News Indonésia sobre as falhas no resgate revelou que a equipe enfrentou várias limitações, incluindo a falta de equipamentos adequados e as difíceis condições climáticas. Ang Asep Sherpa, um alpinista experiente, apontou que o local da queda apresenta desafios que exigem um equipamento de resgate melhor preparado. Ele comparou a situação à necessidade de extintores de incêndio em prédios, argumentando que a segurança dos montanhistas deve ser igualmente prioritária.

Mustaal, um organizador de escaladas na região, concordou com a necessidade de um melhor preparo e infraestrutura, destacando que as condições climáticas geralmente adversas dificultam ainda mais a execução dos resgates. O escasso número de socorristas disponíveis e a falta de planejamento para emergências durante a alta temporada de escaladas também foram citados como fatores que contribuíram para a lentidão do processo.

A resposta do governo indonésio

O chefe do Parque Nacional do Monte Rinjani, Yarman Wasur, defendeu que o resgate foi realizado de acordo com os padrões e que, embora tenha havido dificuldades, o número de socorristas mobilizados foi significativo. Os representantes da Basarnas também afirmaram que a topografia do local e o clima extremo dificultaram as operações. Yarman ressaltou que a equipe passou a noite procurando Juliana, mas as condições adversas acabaram por atrasar a evacuação.

Limitações técnicas e procedimentos inadequados

Outro ponto levantado por internautas foi a ausência de helicópteros na primeira resposta ao resgate. O marechal Mohammad Syafii, chefe da Basarnas, afirmou que helicópteros foram preparados, mas não puderam ser usados devido a limitações climáticas e geomorfológicas da área. Os dois tipos de helicópteros disponíveis não são capazes de operar em altitudes acima de 2.460 metros, e Juliana caiu em uma área que exige uma elevada capacidade de resgate aérea.

Incidentes recorrentes no monte Rinjani

A queda de Juliana não é um caso isolado. O monte Rinjani já foi palco de outros acidentes fatais, o que levanta preocupações sobre a segurança das trilhas e a necessidade de medidas preventivas mais efetivas. Especialistas em escalada concordam que é vital a implementação de melhor infraestrutura de segurança para os alpinistas, como cercas e avisos sobre trilhas perigosas.

A situação de Juliana deixou um legado de reflexão sobre a necessidade urgente de melhorias nas condições de segurança em locais de escalada como o Rinjani. Para prevenção de futuros acidentes, é fundamental que as autoridades revisem suas normas de resgate e que a segurança se torne uma prioridade indiscutível.

Como resultado da tragédia, a irmã de Juliana também declarou que a jovem foi deixada por seu guia durante uma hora, o que adiciona uma camada de crítica à análise sobre a formação e responsabilidade de guias de montanha.

Conforme novas informações sobre o incidente surgem, a cobrança por justiça e pela melhoria na segurança nas trilhas de escalada em todo o mundo se torna ainda mais urgente.

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