Após a derrota do governo na votação que derrubou o decreto do IOF, várias ações e disputas internas reforçam o clima de insatisfação no cenário político. Ressalta-se a crescente tensão entre o Planalto e o Congresso, incluindo críticas a ministros e estratégias para implementar medidas compensatórias na área de energia.
Descontentamentos e conflitos internos no governo
Estão em foco os descontentamentos com as decisões do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e uma surpresa com a iniciativa do Planalto de enviar uma medida provisória (MP) para reverter o aumento na conta de luz. A MP visa compensar os impactos da derrubada do veto do presidente Lula ao projeto de energia eólica em alto-mar, uma decisão que desagradou setores do Congresso.
O presidente da Câmara, Arthur Motta, revelou que a votação do projeto de anulação do aumento do IOF foi pautada sem o acordo do colégio de líderes, causando desgaste com o Planalto. Ainda, integrantes do governo atribuem a Motta uma postura de desgaste, com queixas sobre o cronograma de pagamento de emendas e as demandas do ministro Flávio Dino, do STF.
Disputa pela MP de energia e reação do Congresso
Segundo fontes, a derrubada dos vetos do projeto de energia eólica ocorreu após acordo direto com o presidente Lula, o que surpreendeu os parlamentares ao se saber que a eventual MP de compensação gerou irritação na cúpula do Congresso. O governo defende que não houve descumprimento de compromissos, afirmando que houve entendimento com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para editar a MP.
Impactos na política e nos custos de energia
Relatos recentes indicam que a decisão de incluir mais itens na MP provocou reações de indignação no Congresso, que vê na medida falsa tentativa de evitar elevados custos tarifários, estimados em R$ 35,06 bilhões anuais durante 15 anos. O governo alegou que houve um entendimento prévio para minimizar os impactos nas tarifas.
Perdura a insatisfação com a agenda do governo
Integrantes do Planalto avaliam que, mesmo com boas intenções, a relação com o Congresso está fragilizada, sobretudo após o desgaste na votação do IOF e debates sobre emendas. A Secretaria de Relações Institucionais afirma que há empenho, mas reconhece atrasos no pagamento de emendas e no andamento do Orçamento, ocasionados por decisões do STF e pela demora na aprovação do orçamento, que só ocorreu em março.
Além disso, há uma percepção de que Gleisi Hoffmann, ministra de Relações Institucionais, enfrenta dificuldades para cumprir as demandas do governo, com relatos de que sua relação com o Congresso está se desgastando após apenas três meses no cargo.
Perspectivas futuras e aproximação com o Congresso
De acordo com fontes próximas ao governo, as negociações continuam, com o envio de MPs com ajustes para diminuir o impacto na energia e esforços para recuperar a relação com lideranças do Congresso. O governo também enfrenta o desafio de conter as críticas e a narrativa de que suas ações favorecem interesses de setores mais ricos, como apontado por aliados de Lula.
O desgaste interno evidencia a complexidade de administrar um governo em meio a disputas políticas acirradas, tendo como foco a aprovação de medidas essenciais para a estabilidade econômica do país.
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