Brasil, 26 de junho de 2025
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Crise política e impacto na conta de luz: o furacão no Congresso

Derrubada de vetos e a inclusão de “jabutis” na lei das eólicas elevam impacto na tarifa de energia e evidenciam crise no governo

O funcionamento do Congresso e as disputas internas no governo federal têm provocado efeitos diretos na conta de luz dos brasileiros, com estimativas de aumento de até R$ 35 bilhões anuais. Nesse cenário, a derrubada de vetos presidenciais e as alterações na Lei das Eólicas trazem uma crise política que afeta também a estabilidade econômica e ambiental do país.

O papel do Congresso na crise da conta de luz

Uma das origens do conflito está na inclusão de “jabutis” — elementos não relacionados ao escopo original — na tramitação de um projeto sobre instalação de eólicas offshore (em alto-mar). Essa manobra legislativa fez com que a estimativa de impacto na tarifa de energia saltasse para R$ 35,06 bilhões por ano durante 15 anos, segundo cálculos da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace). O impacto total até 2050 chega a R$ 197 bilhões.

Retorno das ’jabutis’ e o efeito na tarifa

Na semana passada, ao derrubar no atacado os vetos do presidente Lula, o Congresso permitiu que esses elementos considerados prejudiciais ao setor elétrico retornassem ao texto. Como consequência, o custo da energia se eleva, gerando preocupação entre consumidores e especialistas. Para tentar mitigar o impacto político, o governo busca editar uma medida provisória para reduzir o efeito para cerca de R$ 11 bilhões anuais.

Impacto econômico e estratégias do governo

A crise se agravou ainda mais com a disputa pelo controle da narrativa. Parte do governo tenta virar o jogo focando em temas de justiça tributária, após declarações polêmicas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que criticou propostas de aumento de impostos ao afirmar que atingiam “apenas os moradores da cobertura”. Essas declarações irritaram aliados e acirraram a disputa com o Congresso, especialmente com o presidente da Câmara, Hugo Motta, e o senador Davi Alcolumbre.

Alegria e contrataques

Enquanto parlamentares ligados ao Centrão demonstraram insatisfação, o alinhamento entre Motta e Alcolumbre garantiu a derrubada do aumento do IOF em uma rápida demonstração de força do Congresso. Segundo interlocutores do PT, essa postura pode indicar uma mudança de estratégia do Palácio do Planalto, que agora procura distanciar-se da narrativa de “contra pobres” e reforçar a imagem de enfrentamento a privilégios fiscais.

Desafios para o governo e perspectivas futuras

Além da crise no setor elétrico, o governo prepara uma estratégia de rebranding para o período eleitoral de 2026, focando em temas como a taxação de ricos, combate aos supersalários e a reforma tributária. A aprovação de projetos que permitem leilões de óleo e gás, capazes de levantar cerca de R$ 20 bilhões, mostra a busca por recursos para equilibrar as contas públicas.

De acordo com analistas, a relação conturbada entre o Executivo e o Legislativo tende a continuar, exigindo habilidade política para evitar que a crise impacte ainda mais a tarifa de energia e a economia nacional. A expectativa é que o governo consiga estabelecer um consenso que minimize o impacto na conta de luz e restaure a confiança em suas ações fiscais e regulatórias.

Para saber mais detalhes, acesse o artigo completo.

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