Brasil, 26 de junho de 2025
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Governo Lula mira taxação dos mais ricos e fim da jornada 6×1 para recuperar popularidade

Pressionado pelo Congresso e crise de popularidade, governo Lula foca em taxação dos ricos e fim da jornada de 6x1.

Em meio a pressões do Congresso e uma crescente crise de popularidade, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está adotando uma nova estratégia política. A proposta visa utilizar a taxação dos mais ricos, com foco em uma possível reforma no Imposto de Renda, o combate aos supersalários no funcionalismo público, e a revisão da jornada de trabalho de 6×1 como principais bandeiras da gestão. A iniciativa tem como objetivo não apenas recuperar a imagem do governo, mas também reforçar uma postura antissistema que possa gerar dividendos eleitorais para o presidente, especialmente com as eleições presidenciais de 2026 se aproximando.

Retomando um discurso da esquerda

Com o cenário político atual tumultuado, o Palácio do Planalto planeja reacender um antigo discurso da esquerda que se concentra na luta contra privilégios. O governo avalia que, após a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, a defesa da democracia passou a ser uma função punitiva da esquerda, o que desvia a atenção das necessidades reais da população. Muitos acreditam que a mobilização em torno da justiça social e da desigualdade atual poderia reverter a situação e trazer a gestão de Lula de volta ao foco da população.

Markando um ano até as próximas eleições, Lula e sua equipe vislumbram a oportunidade de enfatizar suas ações em favor dos mais pobres, como maneira de se distanciar da imagem de estagnação e falta de realizações. Pesquisas recentes indicam que muitos brasileiros ainda lembram das conquistas de seus mandatos anteriores, como a redução extrema da pobreza. Assim, a luta pela justiça tributária é vista como uma nova maneira de posicionar a gestão, especialmente em contraste aos interesses do setor mais rico da sociedade, que, segundo eles, se beneficia de um sistema tributário injusto.

Apoio popular à taxação dos ricos

De acordo com o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), a justiça tributária será a principal bandeira do governo nos meses que antecedem a próxima eleição: “O Lula sempre foi um presidente que olhou para o povo trabalhador, e agora vamos falar sobre a profunda desigualdade tributária, onde os ricos praticamente não pagam impostos enquanto a classe média e os pobres são sobrecarregados”. Essa afirmação destaca um compromisso renovado do governo em abordar questões sociais que podem gerar ressonância entre os eleitores.

A pesquisa do Datafolha também revela uma tendência interessante: 76% dos brasileiros apoiam a ideia de aumentar a taxação sobre aqueles que ganham mais de R$ 50 mil por mês. Comipara-se que 70% dos entrevistados são favoráveis ao fim da cobrança de impostos para aqueles que recebem até R$ 5 mil. Isso sugere que a proposta de maior taxação dos mais ricos pode encontrar um ressonância maior junto ao público, abrindo caminho para a proposta governamental.

Medidas a serem implementadas

A estratégia do governo inclui a elevação da faixa de isenção do Imposto de Renda para cerca de 10 milhões de contribuintes, ao mesmo tempo em que se propõe uma cobrança mínima para aproximadamente 141,1 mil pessoas que recebem acima de R$ 600 mil por ano, atualmente isentas de imposto. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem defendido essa bandeira, que se alinha à visão de um sistema tributário mais justo e equitativo.

Além disso, a discussão sobre a jornada de trabalho de 6×1 também faz parte dessa nova agenda. No Dia do Trabalho, Lula enfatizou a necessidade de um equilíbrio entre a vida profissional e o bem-estar dos trabalhadores. “É hora de ouvirmos todos os setores da sociedade para permitir um equilíbrio entre a vida profissional e o bem-estar dos trabalhadores”, disse ele, reforçando a mensagem de cuidado e atenção com os setores mais vulneráveis.

Desafios políticos

Apesar das intenções do governo, ainda enfrenta desafios significativos no Congresso. Atualmente, não há uma estratégia clara para que a proposta de fim da jornada 6×1 seja tramitada com eficácia. A deputada Erika Hilton (PSOL-SP) já apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre o assunto, mas a falta de articulação política pode dificultar sua aprovação.

Além disso, os membros do PT defendem que o governo crie uma proposta própria para acabar com os supersalários no funcionalismo, enquanto há um projeto que já está parado há anos na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Ambos os assuntos, a jornada de trabalho e a taxação dos ricos, são fundamentais para a construção de uma narrativa sólida em favor da justiça social e da equidade no sistema econômico.

O futuro é incerto

Com a proximidade das eleições e um panorama político fragmentado, o governo Lula está em um momento crítico. A estratégia de focar na taxação dos mais ricos e no fim da jornada 6×1 poderá ser um divisor de águas para recuperar a confiança popular. No entanto, a implementação dessas propostas e a mobilização política necessária para sua execução serão cruciais para determinar o sucesso ou o fracasso do governo nos meses que se seguem.

Enquanto a luta pela justiça social se intensifica, cabe a Lula e sua equipe encontrar um equilíbrio entre as expectativas da sociedade e as realidades políticas do Congresso, garantindo que suas bandeiras não sejam apenas promessas, mas que resultem em alterações significativas e benéficas para a população.

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