O Olympique Lyonnais (Lyon) enfrenta uma crise sem precedentes após a recente decisão da Direção Nacional de Controle e Gestão (DNCG) que resultou no rebaixamento do clube da Ligue 1 para a Ligue 2. Em meio a esse turbilhão, o empresário John Textor, atual responsável pela direção do clube, pode ser afastado do comando. Segundo informações do jornal francês L’Equipe, Textor enfrenta protestos intensos da torcida e pressões de credores, o que pode levar a sua saída.
A possível saída de John Textor
Com a decisão de rebaixamento sobre seus ombros, Textor iniciou um movimento discreto de afastamento, buscando um substituto para conduzir o clube nas próximas etapas do processo. De acordo com fontes próximas, um nome que se destaca como possível sucessora é de Michele Kang, a proprietária do time feminino do Lyon, que foi vendido por Textor no ano passado e agora se tornou uma entidade separada.
Pressões internas e externa
A situação de Textor se complica à medida que ele enfrenta uma pressão crescente tanto da torcida, que se mobilizou em manifestações contra sua gestão, quanto de seus credores. A L’Equipe relata que Textor aparece acuado, recebendo conselhos de aliados próximos como Michele Kang e Jean-Pierre Conte, empresário e amigo do americano, que também faz parte do conselho da Eagle Football, a holding que controla o Lyon.
No entanto, a revolta da torcida não se limita apenas à insatisfação com a administração. Sidney Govou, ex-atacante e ídolo do clube, expressou sua indignação com a condução dos negócios por parte de Textor, afirmando que “ele é um bom falador, sempre com belas palavras, mas no fim das contas, suas ações não acompanham o discurso”.
O impacto financeiro do rebaixamento
Além das pressões externas, Textor precisa lidar com questões financeiras complicadas. O empresário contraiu um empréstimo de 425 milhões de euros junto à gestora de investimentos Ares Management Corporation para adquirir o Lyon, com juros que variam entre 11% e 16%. O vencimento do empréstimo está agendado para dezembro de 2028, e a pressão de Ares tem sido fundamental na dinâmica atual do clube, especialmente após a venda de sua participação no Crystal Palace, que ocorreu para facilitar o pagamento imediato do empréstimo.
Com a necessidade de injetar pelo menos mais 70 milhões de euros para evitar o rebaixamento, a saída pode novamente vir da Ares, o que aumentaria a influência da gestora nas decisões do Lyon, levando talvez ao afastamento definitivo de Textor.
A reação da torcida
A reação da torcida do Lyon foi imediata e intensa, com protestos nas ruas de Lyon pedindo a saída de Textor. A torcida organizada, conhecida como Bad Gones, foi um dos principais grupos a se manifestar, colocando faixas pela cidade expressando sua insatisfação. Além disso, o clube já se manifestou, reconhecendo a “decisão incompreensível” da DNCG e prometendo recorrer da decisão.
Alinhada com a luta da torcida, a pressão de figuras-chave dentro da administração do clube pode levar a mudanças significativas nas próximas semanas. A dúvida que persiste é se Textor será capaz de manter seu cargo em meio ao clamor popular e às exigências financeiras que enfrentam o Lyon.
O futuro do Lyon
Este período sombrio na história do Lyon pode se tornar um divisor de águas. As próximas etapas do processo são cruciais, não apenas para a presença de John Textor à frente do clube, mas também para a estrutura que poderá emergir no futebol francês. A possibilidade de mudanças de liderança pode trazer esperanças renovadas para uma torcida que clama por recuperação e por resultados positivos no futuro próximo. O futuro do Lyon está em jogo, e as escolhas feitas agora poderão definir o caminho a seguir.
Com um ambiente tão conturbado, a expectativa é se a nova administração será capaz de restaurar a autoestima do clube e a relação entre torcedores e dirigentes. As respostas estão por vir, mas a pressão e a crise são palpáveis, e o tempo é essencial.