Brasil, 26 de junho de 2025
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Câmara derruba decreto de Lula sobre aumento do IOF

A derrubada do decreto que aumentava o IOF representa uma derrota para o governo na busca por recursos fiscais.

A Câmara dos Deputados marcou a noite desta quarta-feira (25) com uma votação decisiva que culminou na derrubada de um decreto proposto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O decreto em questão tratava de regras sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que tinha como intuito arrecadar recursos necessários para cumprir a meta fiscal estabelecida para 2025. A votação terminou com 383 deputados a favor da derrubada, contra 98 que se opuseram à medida.

A derrota do governo e os próximos passos no Senado

Essa derrota na Câmara é um indicativo do clima político atual e, de acordo com analistas, sinaliza desafios que o governo enfrentará para implementar sua agenda fiscal. Com a aprovação da derrubada, a proposta agora segue para o Senado Federal, onde também poderá ser votada ainda hoje. A expectativa é de que a decisão se repita, levando a uma confirmação da rejeição do decreto.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou a pauta da votação em suas redes sociais. Ele ressaltou a insatisfação da maioria dos deputados em relação ao aumento das alíquotas do IOF como uma medida para assegurar o arcabouço fiscal, sugerindo que outros caminhos, como o corte de despesas, precisam ser explorados.

Justificativas do governo para o decreto

Por outro lado, o governo defende a importância do decreto como um meio de evitar cortes adicionais em políticas sociais e engessamentos que poderiam impactar negativamente o funcionamento da administração pública. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, argumentou que as regras contidas no decreto visavam corrigir injustiças tributárias aplicadas a setores que atualmente não contribuem adequadamente sobre a renda.

Principais mudanças propostas no decreto

Entre as principais alterações propostas estavam: um aumento na taxação das apostas eletrônicas (de 12% para 18%); a elevação da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para fintechs de 9% para 15%, equiparando-as aos bancos tradicionais; e a inclusão das Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), que atualmente são isentas de Imposto de Renda, na base de tributação.

Essas medidas fariam parte de um amplo conjunto de ações planejadas pelo Ministério da Fazenda em conjunto com uma Medida Provisória (MP), com o objetivo de reforçar as receitas do governo e atender as exigências do arcabouço fiscal.

Votação e posicionamento dos partidos

A votação não contou com o apoio de todos os partidos. Apenas o Partido dos Trabalhadores (PT) e a Federação Psol-Rede se opuseram à derrubada do decreto, demonstrando um alinhamento com as diretrizes econômicas do governo federal e a necessidade de gerar receitas através de uma reforma tributária mais incisiva.

Especialistas ouvidos pela Agência Brasil enfatizam que a discussão em torno do IOF é crucial, pois definirá de onde virão os recursos necessários para cobrir os R$ 20,5 bilhões essenciais para atingir a meta fiscal do orçamento de 2025. Este cenário se torna ainda mais complexo com o bloqueio ou contingenciamento de R$ 31,3 bilhões em despesas deste ano, requerendo um debate urgente sobre a política de arrecadação.

Conclusão: O que vem a seguir?

Com as tensões nas discussões sobre o IOF e a luta do governo para assegurar recursos para o cumprimento de suas metas, o futuro fiscal do Brasil permanece incerto. O foco agora se volta para o Senado e como os legisladores abordarão a questão em um momento de contenção de despesas e exigências por ajustes fiscais. A compreensão das nuances dessa votação é vital para entender os direcionamentos econômicos do país nos próximos anos.

Aguardaremos agora a decisão do Senado, que pode alterar novamente o cenário político e fiscal do Brasil.

Leia mais sobre a votação aqui.

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