No dia 15 de dezembro de 2000, o mundo recebeu “Dude, Where’s My Car?”, uma comédia de humor com pegada de cultura pop dos anos 2000, estrelada por Ashton Kutcher e Seann William Scott, disponível atualmente na Hulu. Como tinha apenas sete anos na época do lançamento, decidi assistir agora, após quase duas décadas, numa experiência que certamente desafia a lógica e a paciência.
Primeiras impressões: uma viagem pelo absurdo
Logo nos créditos iniciais, já fiquei confuso com o CGI assustador de avestruzes e os efeitos toscos que remeteram direto ao começo dos anos 2000. O filme, que é claramente uma comédia de humor extravagante, começou a me revelar um universo menos coerente do que eu imaginava, com cenas de humor psicodélico e regras de lógica bem flexíveis.
Se eu mentisse e fingisse que assisti toda a fita, poderia manter o segredo? Ainda assim, tenho que admitir que a parte em que o amigo dos protagonistas entra no armário como se fosse seu quarto me arrancou uma risadinha involuntária.
Humor foi um susto para mim
O filme parece uma mistura de “Dumb & Dumber” até onde a lógica permite, com piadas de humor pastelão, humor de animal de estimação drogado e referências que desafiam o bom senso. Em poucos minutos, já tinha humor de cachorro drogado, e o que parece ser uma tentativa de sátira de evenções de filmes como “Pee-wee’s Big Adventure” se tornou uma repetição cansativa de piadas básicas e de trocadilhos sem sentido.
O roteiro dá uma forte impressão de que a criatividade foi substituída por um festival de piadas repetidas, que parecem mais uma tortura mental do que uma tentativa de fazer rir.
A trama: menos interessante do que aparenta
Apesar da premissa simples — onde os protagonistas buscam seu carro perdido — o enredo não consegue mais segurar o interesse. Comparado a “The Hangover”, que também brinca com situações absurdas, “Dude, Where’s My Car?” parece mais uma colagem de cenas tolas sem conexão real. A tentativa de incluir cameos de celebridades, aliens e referências pop da época só reforça a sua falta de foco.
Já reconhecendo que Tommy, um dos personagens, é interpretado por Charlie O’Connell, irmão de Jerry O’Connell, percebo que até mesmo as escolhas de elenco reforçam o espírito bizarro do filme.
Ridículo, mas às vezes engraçado
O filme tenta explorar o mais absurdo possível, e por vezes, consegue gerar risadas genuínas, especialmente em cenas de humor físico ou piadas de situações ridículas, como o uso de extintor de incêndio ou a perseguição de criaturas parecidas com velociraptores.
Jennifer Garner também aparece, atuando com empenho, mesmo que o roteiro decepcione na sua estrutura e na repetição incessante das mesmas piadas.
O fim da viagem e reflexões
Na reta final, pausar o filme foi uma tentativa de sobreviver à overdose de piadas repetidas e cenas sem sentido garantido. A sensação geral é de que o filme, embora divertido de maneira nostálgica para quem curte trash, não envelheceu bem e hoje dificilmente teria um lançamento nos cinemas com sua pegada ultrapassada e estereótipos questionáveis.
Se você gosta de filmes que funcionam como um “brain off”, “Dude, Where’s My Car?” oferece uma experiência única — uma viagem surreal pelos anos 2000. Ainda assim, é preciso ter em mente que, além das piadas de uso racial, transphobia e humor de maconha, é uma produção que provavelmente não resistiria a um contexto mais consciente.
Vale a pena ou não?
Seja como diversão passageira ou nostalgia, o filme tem seus momentos ridículos e engraçados, mas também revela todo o seu fracasso como obra cinematográfica de qualidade. Assistir após 25 anos de seu lançamento foi, sem dúvida, uma experiência de confusão total, que quase me fez perder a fé na lógica dos filmes dessa época.
Quer compartilhar sua opinião? Você também achou “Dude, Where’s My Car?” uma pérola ou uma tragédia? Deixe seu comentário! Quem sabe, na próxima viagem, também não nos perdemos na lógica desse clássico cult da comédia trash.