Um estudante norueguês de 21 anos, Mads Mikkelsen, afirmou que foi impedido de entrar nos Estados Unidos no Aeroporto de Newark, em Nova Jersey, em 11 de junho, após a descoberta de um meme do vice-presidente J.D. Vance em seu celular. A alegação gerou debates sobre liberdade de expressão e procedimentos de imigração.
Imigração e o suposto motivo do veto
Segundo Mikkelsen, ao entregar seu telefone às autoridades de imigração, agentes da Immigration and Customs Enforcement (ICE) encontraram uma imagem que, na visão deles, teria relação com o vice-presidente Vance. Os oficiais, de acordo com o jovem, ameaçaram aplicar uma multa de até US$ 5 mil ou prender por cinco anos caso ele não entregasse a senha do aparelho, o que ocorreu.
Em sua versão, após análise do conteúdo, ele foi deportado de volta para Noruega. O jovem afirmou ainda que as autoridades o questionaram sobre tráfico de drogas, terrorismo e extremismo de direita, além de obrigá-lo a fornecer uma amostra de sangue. Mikkelsen também mostrou uma foto de um cachimbo de madeira feito por ele mesmo, que foi analisado pelos agentes.
Resposta oficial e explicações do governo
Ao contrário das alegações, a porta-voz do Departamento de Segurança Interna dos EUA, Tricia McLaughlin, declarou que a história de Mikkelsen é falsa e que a sua entrada foi negada por questões relacionadas ao uso de drogas, não por memes políticos. A Agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP), por sua vez, confirmou que “Mads Mikkelsen não foi barrado por motivos políticos ou por memes”, mas por seu próprio reconhecimento de consumo de substâncias ilícitas.
Repercussão nas redes sociais e debates sobre liberdade de expressão
A história ganhou destaque em plataformas como o X (antigo Twitter), onde influenciadores anti-Trump, incluindo o ex-representante republicano Adam Kinzinger, compartilharam a narrativa e incentivaram a circulação de memes envolvendo Vance. Essas discussões aconteceram em meio ao clima polarizado gerado após reunião de Trump com Zelensky, na qual Vance exigiu agradecimento do presidente ucraniano ao ex-presidente americano.
Especialistas em desinformação criticam a narrativa de uma suposta censura política, destacando que o episódio se insere em um contexto de tensões entre liberdade de expressão e controle migratório.
Implicações e próximos passos
Autoridades americanas reforçam que os procedimentos de imigração seguem critérios técnicos e legais, não influenciados por postagens ou memes online. A história de Mikkelsen, embora amplificada por alguns setores, foi considerada falsa pelas fontes oficiais, destacando a importância de verificar informações antes de compartilhá-las amplamente.
Analistas afirmam que o caso evidencia debates atuais sobre limites de expressão nas redes sociais e as ações do governo de Washington na fiscalização de conteúdos considerados controversos ou potencialmente ilegais.