Dados apurados pela Association Meter, organização italiana liderada pelo padre Fortunato Di Noto, indicam que vídeos pedófilos na internet tiveram um crescimento de 200% entre 2023 e 2024, passando de 651.527 para 2.085.447 registros. A pesquisa, publicada nesta terça-feira (24), aponta uma escalada preocupante na disseminação de conteúdo infantil ilegal, com forte presença de servidores nos Estados Unidos.
Aumenta a gravidade do problema do conteúdo pedófilo online
Segundo o relatório, mais de 8 mil links que direcionam a materiais pedófilos foram identificados em plataformas digitais, incluindo 336 grupos no aplicativo Signal, conhecido por sua criptografia, além de 51 páginas no Facebook. “Um link pode levar a uma única imagem ou a mega-arquivos com milhares de fotos e vídeos de pornografia infantil”, explica o documento. “Esses links são frequentemente compartilhados por chats e grupos.”
Durante entrevista ao programa “EWTN Pro-Life Weekly,” o padre Di Noto afirmou que “a gravidade do problema ainda não foi plenamente compreendida.” Ele destacou a dificuldade das autoridades em identificar responsáveis devido às plataformas criptografadas, ressaltando a necessidade de uma comunicação urgente com as redes sociais para criar soluções técnicas e regulatórias que protejam as crianças sem comprometer a privacidade.
Impacto nas menores e uso de inteligência artificial
O estudo aponta que as garotas entre 8 e 12 anos representam a faixa etária mais procurada, com mais de 1,5 milhão de fotos e quase 1,7 milhão de vídeos na internet. A faixa de 3 a 7 anos aparece na sequência, com mais de 400 mil imagens e vídeos. Além disso, a organização alerta que os avanços em inteligência artificial aumentaram a demanda por conteúdos falsificados, como deepfakes de menores, alimentando redes criminosas.
Em reportagem divulgada em maio de 2024, o Departamento de Justiça dos EUA deteve um residente de Wisconsin por produzir, distribuir e possuir imagens sexualmente explícitas geradas por IA de menores. O padre Di Noto reforça que “algumas dessas criações são falsificações, mas representam um perigo sério, pois fomentam a objetificação de menores e alimentam o ciclo de abuso.”
Desafios e ações futuras
O relatório também alerta para o risco crescente de exploração em jogos online, onde pedófilos tentam mover conversas para o privado, solicitando fotos nuas ou buscando estabelecer vínculos emocionais com vulneráveis. Para combater essa ameaça, as autoridades pedem maior diálogo com plataformas digitais e atualização das legislações existentes.
Em termos de ações concretas, a organização revelou que identificou e denunciou 410 grupos em redes sociais que compartilham materiais ilícitos, incluindo 336 grupos no Signal. Di Noto relata que “o Signal se tornou um cúmplice do mal”, devido à sua segurança que impede a identificação de responsáveis, dificultando a justiça.
Além das ações policiais, especialistas recomendam a implementação de novas regulamentações para combater a produção e o compartilhamento de conteúdos por IA, além de fortalecer a cooperação internacional frente ao aumento de solicitações de menores em plataformas de jogos, onde há tentativas de contato direto com pedófilos.
Para saber mais detalhes, confira o relatório completo da Association Meter.