A Justiça do Rio de Janeiro decretou, nessa segunda-feira (23/6), a prisão preventiva de três réus acusados pelo assassinato da advogada Anic Almeida Peixoto Herdy, de 54 anos, ocorrido em Petrópolis (RJ), em fevereiro do ano passado. A decisão vem à tona após o surgimento de novas provas que reforçam a participação dos réus no crime, que chocou a sociedade e levantou debates sobre segurança e feminicídio no Brasil.
Nova evidência leva à prisão preventiva
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) solicitou à Justiça a prisão preventiva de Henrique Vieira Fadiga, Maria Luíza Vieira Fadiga e Rebecca Azevedo dos Santos de Carvalho. O pedido foi baseado na localização do corpo da vítima, no laudo de necropsia, em perícias em veículos utilizados no crime e no conteúdo extraído de aparelhos celulares apreendidos. Essas evidências reforçam os indícios de feminicídio, ocultação de cadáver e crime de extorsão, aumentando o receio de que os réus possam interferir nas investigações ou até mesmo fugir, considerando a gravidade da situação.
Motivos das prisões
Os réus, sendo primários e possuindo bons antecedentes, haviam sido soltos anteriormente, mas a nova fase de investigações e a gravidade das acusações levaram o MPRJ a reforçar o pedido de prisão. Segundo o órgão, a constatação das novas provas evidencia riscos à ordem pública e à instrução criminal, além do temor de fuga, dado as severas penas que podem ser impostas pelos crimes cometidos.
Histórico do caso Anic
Anic Almeida Peixoto Herdy estava desaparecida desde o dia 29 de fevereiro de 2024, quando foi vista pela última vez utilizando um vestido bege e amarelo e um colete jeans. As circunstâncias do seu desaparecimento se tornaram um enigma até que sua localização foi descoberta em um imóvel ligado a Lourival Correa Netto Fadiga, pai de Henrique e Maria Luíza, e amante de Rebecca.
De acordo com as investigações, os réus planejaram meticulosamente a morte de Anic, que resultou não apenas em sua extinção, mas também em um esquema de extorsão em que o viúvo da vítima foi coagido a entregar R$ 4,6 milhões. O caso apresenta elementos perturbadores que revelam a frieza e a premeditação dos envolvidos, gerando grande comoção na comunidade local.
Tramitação processual
O caso segue em tramitação na 1ª Vara Criminal de Petrópolis, onde a fase de instrução processual continua. A expectativa é de que as audiências e os depoimentos ajudem a esclarecer a dinâmica dos crimes e a responsabilizar os culpados, fazendo justiça à memória de Anic e trazendo alento a sua família e a todos que foram impactados por essa tragédia.
O fenômeno do feminicídio é uma realidade alarmante no Brasil, e a sociedade clama por soluções e justiça. A prisão dos réus e o desenrolar desse caso são cruciais não apenas para a condenação dos envolvidos, mas também para um debate mais amplo sobre a segurança e proteção das mulheres em nosso país.