A situação financeira do Lyon, que se arrasta desde o ano passado, trouxe à tona a possibilidade do rebaixamento do clube na Ligue 1. Essa crise não apenas afeta o time francês, mas também pode reverberar diretamente no Botafogo, que é parte da holding Eagle, proprietária do Lyon. O que está em jogo envolve tanto questões financeiras quanto a valorização de jogadores brasileiros.
Cenário financeiro do Lyon
Segundo a imprensa francesa, o Lyon enfrenta sanções severas devido à sua situação financeira, que contraria as regras de fairplay financeiro estabelecidas na França. Com uma dívida que chega a cerca de 175 milhões de euros dentro de um déficit total de 500 milhões, o clube esteve sob constante vigilância das autoridades do futebol. Para 2025/2026, a equipe precisaria acertar suas contas para evitar um rebaixamento, o que leva a uma situação de impasse e incertezas.
O Lyon foi proibido de contratar jogadores na janela do mercado de inverno europeu e enfrenta o rebaixamento como uma ameaça real. Essa condição evidencia a fragilidade financeira do clube, que busca sais de emergência para contornar a situação. Recentemente, o Lyon anunciou a venda de 110 milhões de euros em jogadores como parte de sua reestruturação financeira. A saída de Rayan Cherki para o Manchester City por 42,5 milhões de euros é um exemplo dessa estratégia.
Impacto no Botafogo
O Botafogo, comandado por John Textor, proprietário da Eagle, pode ser afetado por essa reestruturação financeira. Se a situação no Lyon não melhorar, o Botafogo pode ser solicitado a ajudar com o gerenciamento de fluxo de caixa. O jornalista Rodrigo Capelo, especialista em negócios esportivos, afirmou que a situação do Botafogo não é clara. “Não sabemos se o Botafogo está endividado ou se suas finanças estão saudáveis. O balanço financeiro ainda não foi divulgado. Contudo, há boas perspectivas de faturamento, com vendas de jogadores e premiações, como a do Mundial de Clubes”, disse ele.
Esse cenário é preocupante, pois, caso o Lyon caia para a segunda divisão, sua vitrine para a valorização de jogadores brasileiros diminuiria consideravelmente. Textor considera o Lyon um passo importantes para os atletas brasileiros ganharem destaque e visibilidade no mercado europeu. Jogadores que atuam na segunda divisão tendem a ter menos valorização, o que pode repercutir negativamente nas transações futuras.
A estratégia de valorização de jogadores
A estratégia da holding Eagle é tornar-se um hastag com a valorização de talentos brasileiros no futebol europeu. Textor acredita que a saída de jogadores diretamente do Brasil para clubes europeus não acarreta o mesmo retorno financeiro do que se esses jogadores passarem pelo Lyon. A ideia é fazer com que suas performances em competições europeias aumentem sua cotação no mercado.
Se o Lyon for rebaixado, a possibilidade de lucro com a venda de jogadores diminuiria consideravelmente, afetando toda a estratégia planejada pela holding. O impacto não seria apenas na parte financeira, mas também na própria identidade do Botafogo enquanto parte de um grande grupo esportivo que busca ampliar sua influência no futebol.
Conclusão
O futuro do Botafogo está diretamente afetado pela crise atual do Lyon. A situação do time francês tem causado receios quanto à possibilidade de rebaixamento e suas consequências financeiras. O que resta agora é aguardar as decisões que serão tomadas nos próximos meses e observar como a gestão de Textor lidará com os desafios que surgirem. Enquanto isso, as atenções se voltam para o desempenho do Lyon, que pode afetar não só o time, mas todo o cenário do futebol brasileiro.