Brasil, 25 de junho de 2025
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Tragédia no monte Rinjani: brasileira morre durante trilha na Indonésia

Juliana Marins, de 26 anos, foi encontrada morta após queda em trilha desafiadora no vulcão Rinjani; grupo e guias enfrentam críticas.

No dia 4 de junho de 2025, após quatro dias intensos de busca, o corpo da jovem brasileira Juliana Marins, de 26 anos, foi encontrado em um penhasco na trilha do vulcão Rinjani, na Indonésia. A tragédia chamou a atenção para os perigos e a falta de preparo em trilhas que atraem turistas do mundo todo. Juliana estava em uma expedição junto com outros seis turistas e dois guias quando ocorreu o acidente fatídico.

A trilha do vulcão Rinjani: beleza e perigos

Com uma altitude de 3.721 metros, o vulcão Rinjani é um dos destinos mais desafiadores na Indonésia. O local é conhecido por suas paisagens deslumbrantes, incluindo um lago no topo, mas também é notoriamente difícil de se percorrer. Em entrevista, Silvio Neto, presidente da Associação Brasileira de Guias de Montanha, destacou a importância da segurança em trilhas complexas: “O ideal é que o grupo todo permaneça junto. Infelizmente, grupos, mesmo pequenos, são muitas vezes heterogêneos em termos de habilidade e resistência física.”

A bióloga e escaladora Isabel Leoni, que já trilhou o Rinjani, expressou sua preocupação com as condições de segurança: “Não viemos preparados. Muitos guias não têm equipamentos adequados, e a precariedade é evidente, com alguns guiando descalços e portando cargas excessivas de água e comida.” A falta de infraestrutura adequada e de normativas rigorosas pode aumentar os riscos envolvidos, especialmente para aqueles que não têm experiência em montanhas.

Os eventos que levaram ao acidente

Juliana, que era residente de Niterói (RJ) e formada em Publicidade e Propaganda pela UFRJ, estava em um mochilão pela Ásia e já havia visitado Filipinas, Vietnã e Tailândia antes de chegar à Indonésia. No entanto, o que deveria ser uma aventura emocionante se tornou um pesadelo. De acordo com relatos de sua família, a jovem pediu para parar devido ao cansaço, mas os guias decidiram continuar a caminhada, deixando-a sozinha.

A irmã de Juliana, Mariana Marins, relatou em uma entrevista ao programa Fantástico que, embora o guia tenha afirmado que esperaria pela jovem, na realidade ele começou a andar adiante e não ficou com ela quando decidiu descansar. “Ela ficou desesperada e não sabia como voltar. O guia percebeu que algo estava errado apenas quando viu a luz de sua lanterna a centenas de metros de profundidade, um momento de desespero”, descreveu a irmã.

As controvérsias sobre o resgate

A operação de resgate foi marcada por confusões e má comunicação. Inicialmente, autoridades indonésias e até a Embaixada do Brasil afirmaram que Juliana havia recebido comida e água. No entanto, a família desmentiu essas informações, revelando que não houve contato com a jovem por horas a fio. Mariana declarou: “A informação de que a equipe de resgate levou suprimentos era falsa. A equipe não conseguiu chegar até ela devido à distância e visibilidade precária.”

O embaixador do Brasil na Indonésia, em uma conversa gravada, admitiu que havia repassado informações imprecisas sobre a situação, baseadas em relatos distorcidos das autoridades locais. A situação meteorológica severa, com mudanças rápidas no clima, e o terreno instável dificultaram o acesso ao local do acidente.

As lições a serem aprendidas

O trágico fim de Juliana Marins ressuscita importantes questões sobre a segurança em trilhas de montanha, especialmente aquelas que atraem turistas. Especialistas sugerem que a indústria do turismo de aventura deve implementar melhores protocolos de segurança e treinamento adequado para guias. O preço da falta de preparo é alto, e vidas podem estar em jogo. A busca por segurança deve ser uma prioridade para todos, para que tragédias como esta não se repitam.

A história de Juliana Marins deve servir como um alerta para todos os aventureiros e turistas que buscam emoções em meio à natureza. Manter a segurança não é apenas responsabilidade do guia, mas também de cada integrante do grupo, que deve estar consciente dos riscos e preparado para lidar com situações adversas.

Como a indústria do turismo evoluirá após essa tragédia? Isso se torna crucial conforme o Brasil e o mundo voltam a redescobrir o prazer das aventuras ao ar livre.

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