A recente divulgação do Índice de Confiança do Consumidor, realizada pelo Conference Board, revelou uma queda significativa na confiança dos consumidores nos Estados Unidos em junho de 2025. O índice caiu 5,4 pontos, passando de 98,4 em maio para 93,0, considerando a base 1985=100. Os resultados preliminares foram coletados até 18 de junho e indicam um cenário preocupante para a economia americana nos próximos meses.
Avaliação atual e expectativas do futuro
O Índice de Situação Atual, que considera a avaliação dos consumidores sobre as condições de negócios e do mercado de trabalho, também apresentou uma queda, de 6,4 pontos, caindo para 129,1. Já o Índice de Expectativas, que reflete a perspectiva dos consumidores sobre a renda e as condições de negócios no curto prazo, diminuiu 4,6 pontos, estabelecendo-se em 69,0. Esse número está bem abaixo do limiar de 80, que geralmente sinaliza uma recessão iminente.
Segundo Stephanie Guichard, economista sênior do Conference Board, “a confiança do consumidor enfraqueceu em junho, eliminando quase metade dos ganhos acentuados registrados em maio”. Ela mencionou que a queda foi generalizada entre todos os componentes do índice, refletindo uma menor positividade em relação às condições atuais de negócios e à disponibilidade de empregos, que já está em declínio há seis meses, embora ainda se mantenha em território positivo.
Fatores que impactam a confiança
As preocupações dos consumidores incluem temas como tarifas, inflação e altos preços, que continuam a ser os principais fatores que influenciam suas percepções sobre a economia. No entanto, Guichard observou que houve um aumento nas menções sobre a diminuição da inflação, que agora está em 6,0%, uma redução em comparação com 6,4% em maio e 7% em abril.
Os consumidores também têm manifestado um aumento na probabilidade de uma recessão nos próximos 12 meses, refletindo uma apreensão generalizada sobre a situação econômica. Apesar disso, as expectativas em relação ao desempenho do mercado de ações estão se recuperando, com 45,6% dos consumidores acreditando que os preços das ações aumentarão nos próximos 12 meses, em comparação com 37,6% no mês anterior.
Perspectivas sobre grandes compras e despesas
Em termos de planos de compra, os consumidores demonstraram uma intenção estável de adquirir automóveis, com as intenções de compra se mantendo em níveis elevados desde dezembro de 2024. Contudo, a intenção de compra de imóveis caiu. Além disso, muitos consumidores estão indecisos sobre a aquisição de itens de consumo duráveis.
Embora as intenções de gasto em serviços tenham diminuído, a procura por experiências como jantares fora e atividades recreativas continua elevada. As intenções de férias permaneceram inalteradas, mas os consumidores mostraram um interesse crescente em viajar para o exterior, enquanto as intenções de viagem dentro dos EUA diminuíram.
Visões do mercado de trabalho e da situação financeira familiar
A avaliação dos consumidores sobre as condições atuais do mercado de trabalho esfriou um pouco, com 29,2% afirmando que os empregos estão “abundantes”, uma queda em relação aos 31,1% em maio. Além disso, 19,0% disseram que as condições de negócios eram “boas”, em comparação a 21,4% no mês anterior. No entanto, a proporção de consumidores que sente que é “difícil conseguir empregos” permaneceu estável.
Em relação à situação financeira familiar, os consumidores mantiveram uma perspectiva sólida para o presente, mas suas expectativas futuras melhoraram, alcançando uma alta de quatro meses. Apesar do ligeiro aumento nas expectativas de recessão, as avaliações sobre a situação financeira das famílias não apresentaram mudanças significativas.
O Índice de Confiança do Consumidor é uma medida vital da saúde econômica, pois reflete as expectativas dos consumidores sobre a economia e pode influenciar suas decisões de gastos. Com os dados do Conference Board, observa-se que o sentimento do consumidor está se ajustando às realidades econômicas atuais, levando a um vislumbre mais cauteloso sobre o futuro.
As informações e análises apresentadas neste relatório são cruciais para entender as dinâmicas da economia americana e o impacto que essas percepções poderão ter na recuperação e no crescimento econômico nos próximos meses.
