Brasil, 24 de junho de 2025
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Irã condena interferência estrangeira enquanto regime endurece repressão

Após ataques militares de Israel e condenações internacionais, Irã reforça resistência e condena a ingerência estrangeira na sua soberania

O Irã revelou nesta segunda-feira (27) sua forte oposição à intervenção estrangeira após uma série de ataques aéreos de Israel contra alvos considerados repressivos pelo governo iraniano. Enquanto regimes internacionais criticam a escalada de violência, o governo iraniano reforça que tais ações representam uma tentativa de desestabilização e ameaça à sua soberania.

Reação oficial e condenação à intervenção

O Ministério das Relações Exteriores do Irã afirmou que os ataques de Israel, considerados “ilegais e ilegítimos”, visam sabotar os esforços de diálogo e provocar uma nova onda de conflito na região. O governo iraniano também chamou a atenção para o fato de que os civis iranianos, incluindo familiares de prisioneiros políticos, têm se manifestado contra qualquer interferência estrangeira, classificada como uma tentativa de “intervenção imperial.”

“Condemos veementemente as ações unilaterais que violam a soberania iraniana e prejudicam os esforços diplomáticos de paz,” declarou o porta-voz do ministério, ressaltando a necessidade de respeito às normas internacionais e ao direito à autodeterminação.

Resistência interna e apelos por autonomia

Vozes de moderados e ativistas

Apesar da tensão crescente, uma significativa parcela da sociedade civil iraniana manifesta-se contra a ingerência estrangeira. Isa Saharkhiz, ativista que já passou por duas prisões, afirmou que o fortalecimento do discurso contra intervenção é resultado de uma mobilização por parte de grupos que defendem uma política independente. “Os iranianos querem liberdade, não guerras e sanções impostas de fora,” disse ao TIME por Telegram, destacando que mais de 500 ativistas condenaram o ataque israelense.

Ele acrescentou que a opinião pública iraniana prefere manter um diálogo pacífico com os Estados Unidos, buscando normalizar relações diplomáticas e retomar o desenvolvimento econômico — uma visão consolidada na história recente, especialmente durante o governo reformista de Mohammad Khatami, há cerca de 20 anos.

Histórico de repressão e luta por reformas

Desde o início dos anos 2000, o movimento reformista no Irã, encabeçado por figuras como Khatami, buscou promover maior liberdade individual e abrir espaço para debates políticos mais democráticos. No entanto, o crescimento dessas vozes contrárias ao autoritarismo foi fortemente reprimido pelo regime, especialmente após as eleições de 2009, consideradas fraudulentas pela oposição.

Na ocasião, Saharkhiz e outros ativistas enfrentaram prisões e perseguições. O clima atual de repressão se mantém, e a presença de grupos apoiadores do sistema, que criticam os protestos e atividades civis, reforça o endurecimento das políticas do líder supremo Ayatollah Ali Khamenei.

Perspectivas de uma resistência consolidada

Especialistas indicam que, apesar das dificuldades e da forte repressão, o movimento por autonomia e mudanças democráticas continua vivo, impulsionado por jovens e famílias que desejam uma sociedade mais livre e soberana. Entretanto, as tensões com potências estrangeiras aumentam o risco de uma escalada militar na região, que pode aprofundar ainda mais o isolamento do país.

Analistas alertam que o Irã busca manter sua resistência diante de um cenário internacional cada vez mais hostil, reafirmando seu direito de decidir seu próprio destino, sem ingerências externas, mesmo sob ameaça de conflitos maiores.

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