A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou nesta segunda-feira (23) que os planos de saúde individuais e familiares terão um reajuste de no máximo 6,06% neste ano. O índice, válido retroativamente desde 1º de maio de 2025 até 30 de abril de 2026, será aplicado na data de aniversário de cada contrato, conforme decisão da agência reguladora.
Reajuste abaixo do registrado nos últimos anos
Segundo a ANS, o percentual confirma a previsão de analistas e representa uma redução em relação aos reajustes anteriores, que chegaram a 9,63% em 2023 e 6,91% em 2024. Este é o menor índice dos últimos 17 anos, excluindo 2020, quando houve redução devido à pandemia de Covid-19. Em 2008, o reajuste foi de 5,48%, o mais próximo do valor atual.
Inflação e custos médicos-hospitalares
O reajuste, porém, supera a inflação média da economia nos últimos 12 meses, que foi de 5,32%, medida pelo IPCA, índice oficial de inflação do governo. A ANS considera, na sua fórmula de cálculo, a variação de custos médico-hospitalares e o próprio IPCA, descontando a inflação do item plano de saúde.
Impacto nos contratos e mercado
O índice de reajuste se aplica apenas aos contratos individuais, que atendem cerca de 8,63 milhões de usuários no Brasil, representando 16,5% do total de pessoas cobertas pela saúde privada. Contudo, os reajustes dos contratos coletivos — tanto empresariais quanto por adesão — não são regulados pela ANS e, na prática, muitas vezes apresentam alta de dois dígitos. Em 2024, a média de reajuste nos contratos coletivos foi de 13,80%, com registros até superiores.
Aplicação e eventual reajuste múltiplo
O aumento anual é aplicado na data de aniversário de cada contrato. Como os valores do reajuste foram divulgados com atraso de quase dois meses, eles serão aplicados retroativamente nos contratos que deveriam ter sido reajustados em maio. Além disso, mudanças de faixa etária durante o período podem gerar dois reajustes no mesmo ano, aumentando o custo para o consumidor.
Perspectivas futuras
Especialistas avaliam que esse reajuste mais baixo pode ajudar a conter o aumento dos custos de planos de saúde, embora o valor ainda esteja acima da inflação. O setor acompanha de perto a decisão, que pode refletir em uma tendência de menor reajuste nos próximos anos, dependendo das variáveis econômicas e de custos do setor de saúde.
Mais detalhes sobre a decisão e as implicações estão disponíveis na fonte oficial.