A Maratona do Rio, um dos eventos mais esperados do calendário esportivo brasileiro, atraiu cerca de 60 mil corredores entre quinta e domingo, mas também enfrentou uma série de desafios que refletem seu crescimento exponencial. Críticas foram direcionadas às enormes filas para a retirada de kits, que, segundo muitos, ofereceram apenas camisetas e números de peito. Além disso, a falta de medalhas na corrida de 5 km, que abriu o evento, deixou os participantes insatisfeitos.
Organização e feedback dos participantes
Cláudio Romano, vice-presidente de marketing e negócios da Dream Factory, junto com Pedro Pereira, gerente de produto da Maratona do Rio, admitiram os erros e acertos desta edição, que foi classificada como a 11ª maratona mais valiosa do mundo, segundo a Brand Finance. Cláudio ressaltou que a prioridade não é oferecer kits volumosos, mas sim proporcionar experiências diferenciadas para os corredores.
— “Não queremos ser uma prova reconhecida pelo tamanho do seu kit. Nossa meta é dar experiências maravilhosas durante e após a prova”, afirmou Cláudio. “Quem aproveitou a arena pós-prova, com ativações e atrações, saiu cheio de brindes e aproveitou a vista linda”, continuou.
Pedro destacou que, embora a estrutura para a entrega dos kits estivesse disponível durante quatro dias, a concentração da retirada nos dois primeiros dias causou longas filas na sexta-feira, quando muitos chegaram antes da abertura. Ele explicou que, embora o sistema estivesse preparado, as marcações de dias e horários não foram respeitadas pelos corredores, resultando em um colapso na operação.
Melhorias para futuras edições
Para abordar essa questão, a organização promete uma reformulação total do sistema de entrega dos kits, a fim de garantir conforto aos atletas, mesmo que todos escolham retirar o kit no mesmo horário. Além disso, a experiência ao redor da arena também deve ser melhorada para lidar com possíveis “invasões” de ambulantes e recorrer a uma fiscalização mais rigorosa contra falsificações.
— “Tivemos questões com falsificação de número de peito e problemas na prova dos 5 km, mas nas provas seguintes, a operação foi mais rígida e não houve problemas como a falta de medalhadas”, explicou Cláudio. Com a alta demanda, será necessário aumentar a produção de medalhas para o próximo evento.
Desafios climáticos e infraestrutura
Outra questão levantada foi a quantidade de largadas em ondas, que muitos corredores criticaram devido ao calor, já que o tempo de prova se estendeu. Pedro lembrou que, para a edição de 2025, a organização realizará subdivisões dentro de cada intervalo de tempo informado pelos atletas, utilizando grades altas para separação e segurança nas entradas.
— “Casos de pessoas que mentem sobre seu pace para entrar em ondas à frente vão exigir maior rigidez por parte da organização. É preciso que todos respeitem as normas”, disse Cláudio.
Apesar das críticas, a estrutura na Marina da Glória, onde ocorreram ativações e shows, foi um destaque positivo. A organização reconheceu a necessidade de melhorias, mas também enfatizou que os desafios são exacerbados pelas características climáticas do Rio de Janeiro.
— “Quem quer correr no Rio tem que aceitar questões climáticas que não se comparam a lugares como Berlim”, concluiu Cláudio.
Com os 60 mil participantes entusiasmados e a organização determinada a aprender com os erros, a Maratona do Rio continua a se afirmar como um evento imperdível no calendário esportivo da América Latina. Melhores experiências e um ambiente mais agradável são promessas para os próximos anos, reafirmando o compromisso com o crescimento e a valorização da competição.