Brasil, 23 de junho de 2025
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Dólar sobe ante tensões no Oriente Médio e mercado monitora decisão do Copom

Investidores reagem à escalada de conflito entre Israel e Irã, enquanto aguardam a ata do Copom sobre a taxa de juros no Brasil

Nesta segunda-feira (23), o dólar abriu em alta no mercado brasileiro, cotado a R$ 5,5335, após uma sessão de forte volatilidade na semana passada, impulsionada pelas tensões no Oriente Médio. A moeda avançava 0,16% às 9h02, enquanto o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores, ainda não tinha iniciado as negociações às 10h.

Instabilidade global e impacto no mercado brasileiro

A escalada do conflito entre Israel e Irã, intensificada após os Estados Unidos terem atacado instalações nucleares iranianas no domingo (22), foi o principal fator de preocupação nesta manhã. Em retaliação, o Parlamento iraniano aprovou a proposta de bloquear o Estreito de Ormuz, uma das principais rotas de transporte de petróleo do mundo, o que pode afetar a oferta global da commodity e pressionar seus preços para cima.

A possibilidade de bloqueio, ainda sujeita à aprovação do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do aiatolá Khamenei, gera incertezas que elevam a demanda por ativos considerados seguros, como o dólar. Além disso, o petróleo chegou a subir mais de 14% na semana passada, em meio ao aumento das tensões e ao risco de interrupção do fornecimento. Mesmo assim, a cotação perdeu força ao longo do pregão, após os primeiros sinais de estabilização.

Expectativas em torno da decisão do Copom

Investidores também permanecem atentos à ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), prevista para ser divulgada nesta terça-feira (24). O mercado busca pistas sobre o futuro da taxa básica de juros (Selic), especialmente com o aumento recente para 15% ao ano, o maior em quase 20 anos, e o cenário de pressão inflacionária causado pelo aumento do petróleo no mercado internacional.

No final de semana, o Banco Central confirmou a decisão de elevar a juros, destacando a necessidade de se manter vigilância diante das incertezas globais. O comunicado reforçou a intenção de manter os juros elevados por um período “bastante prolongado”, como forma de conter a inflação sem perder o controle da política monetária.

Dados econômicos e tendências do mercado

Na semana passada, o dólar acumulou uma queda de 0,32%, fechando o mês com uma retração de 3,38% e uma perda de 10,60% no saldo do ano. O Ibovespa, por sua vez, recuou 0,58% na semana, mas subiu 13,99% no acumulado de 2025.

Os mercados globais permanecem cautelosos, especialmente por causa das incertezas geradas pela guerra comercial entre Estados Unidos e China, além dos efeitos das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump. O Federal Reserve, por sua vez, manteve as taxas de juros dos EUA entre 4,25% e 4,50%, sinalizando uma postura de cautela e a possibilidade de cortes até o final do ano, o que influencia também a trajetória do mercado brasileiro.

Petróleo e efeitos nas commodities

O preço do petróleo chegou a registrar alta de mais de 14% na semana passada, devido às preocupações com o fornecimento global, especialmente envolvendo o Estreito de Ormuz. Se o conflito se intensificar ou houver fechamento da rota marítima, a oferta de petróleo pode ser severamente afetada, elevando os custos de energia mundialmente.

Segundo análises de especialistas, o cenário de instabilidade geopolítica no Oriente Médio deve continuar influenciando as negociações internacionais e a volatilidade dos ativos financeiros no curto prazo. A atenção dos investidores será voltada à evolução do conflito e às próximas decisões de política monetária nos principais países.

Impacto para o Brasil e próximos passos

Com os reflexos do cenário externo, o mercado financeiro brasileiro permanece atento à política do Banco Central, especialmente após a decisão de elevar a Selic para 15%. A ata do Copom deve trazer sinais sobre a trajetória futura da política de juros, ajudando investidores a entenderem os riscos de inflação e crescimento econômico no país.

Analistas alertam que, apesar da postura conservadora adotada pelo BC, o cenário internacional de incertezas também exige cautela no Brasil, especialmente diante de possíveis novas oscilações nos preços do petróleo e na cotação do dólar. O comércio e as reformas econômicas continuarão a ser fatores determinantes para os próximos movimentos do mercado financeiro.

Fonte: G1 – Economia

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