Nesta reflexão, dom Mário Spaki, bispo de Paranavaí, aborda um dos ensinamentos mais relevantes de Jesus contidos no Evangelho de Mateus 7,1-5, que nos exorta a não julgar os outros se quisermos ser livres de julgamentos. A mensagem é clara e instigante, especialmente em um mundo onde frequentemente avaliamos uns aos outros com uma severidade desmedida.
A perspectiva do julgamento
Jesus nos dá uma orientação prática, afirmando: “Não julgueis, e não sereis julgados”. Essa passagem nos lembra que o modo como tratamos as pessoas ao nosso redor é um reflexo de como nos vemos a nós mesmos. O bispo enfatiza que ao julgarmos o próximo, fazemos isso a partir de nossas próprias inseguranças e fragilidades. Somos como máquinas fotográficas ambulantes, tendendo a capturar e expor apenas o negativo nas outras pessoas.
Esse comportamento, segundo dom Mário Spaki, é um mecanismo que busca sustentar o ego, revelando o nosso lado mais sombrio. Quando fazemos julgamentos, estabelecemos uma hierarquia que não apenas despreza o outro, mas também nos coloca em uma posição de superioridade moral. “Para ser discípulo de Jesus, é preciso mudar a lente da máquina fotográfica para dar ênfase nas coisas boas, positivas de cada próximo. Deus faz assim conosco!”, afirma o bispo, destacando a necessidade de praticar o amor e a compaixão ao invés do julgamento.
Como aplicar esse ensinamento na vida cotidiana?
Viver à luz desse Evangelho requer uma mudança de atitude e mentalidade. O primeiro passo é a autoconsciência. Precisamos reconhecer nossos próprios preconceitos e tendências a julgar os outros sem nos conhecermos. Uma autoanálise honesta pode nos ajudar a perceber onde estamos falhando e onde podemos melhorar.
Além disso, o bispo sugere um exercício prático: ao notar um juízo negativo sobre alguém, interrompa esse pensamento e, ao invés de focar no erro ou fraqueza alheia, procure encontrar algo positivo na pessoa. Esse simples ato pode transformar não apenas a nossa percepção, mas também a maneira como nos relacionamos com os outros. Ao fazermos isso, cultivamos um ambiente mais amoroso e solidário.
Reflexões sobre a prática do amor
É fundamental entender que a prática do amor e do respeito ao próximo não se restringe a uma questão de boa educação, mas reflete a essência do Evangelho. Dom Mário Spaki traz à luz a reflexão de que todos nós somos falhos e, portanto, devemos agir com misericórdia. Uma sociedade que promove a aceitação e o apoio mútuo é uma sociedade que avança em direção a um futuro melhor.
O ensino de não julgar também tem implicações espirituais profundas. Vivemos constantemente sob a perspectiva de um Deus que observa nossas fraquezas, mas ainda assim nos ama incondicionalmente. Essa visão divina deve inspirar nossas ações e interações com os outros, levando-nos a refletir sobre como agimos e reagimos diante das imperfeições alheias.
Conclusão: Escolher a empatia em vez do julgamento
Em um mundo muitas vezes marcado por críticas e imposições, a mensagem de dom Mário Spaki é um chamado à empatia e à compreensão. Ao invés de julgar, devemos cultivar uma atitude de amor, reconhecendo o valor inerente de cada ser humano. Essa transformação não é apenas necessária para nossa própria paz interior, mas também para a construção de relacionamentos mais saudáveis e significativos.
A reflexão de hoje nos convida a mudar a lente da nossa “máquina fotográfica” e a focar no que há de bom nas pessoas ao nosso redor, criando assim uma caminhada mais harmoniosa em direção ao amor ao próximo e à paz interior. Que possamos, juntos, seguir esse caminho.