A história de Alaíde Forato, uma professora de 77 anos residente em Amparo, São Paulo, é um relato de superação e resiliência diante do câncer de pele. Diagnosticada tardiamente, sua trajetória envolve a perda de parte do rosto, novas cirurgias e o uso de uma prótese facial, mas também uma vida ativa e comprometida com sua saúde. Neste artigo, exploraremos sua jornada e os riscos associados ao câncer de pele, ressaltando a importância da detecção precoce.
Um diagnóstico que demorou décadas
O problema de Alaíde começou há cerca de 40 anos, quando uma pequena lesão apareceu em seu rosto. Na época, com apenas 36 anos, o acesso a dermatologistas em sua cidade era limitado, e, devido a isso, foi atendida inicialmente por um clínico geral que prescreveu apenas uma pomada. Esse simples tratamento piorou sua condição.
“Eu apertei porque achei que fosse uma espinha normal. Só depois vi que não cicatrizava”, relembra Alaíde. Passou por vários médicos, mas nenhum conseguiu dar um diagnóstico preciso. Um episódio marcante foi quando um médico realizou uma cauterização com gelo seco, o que acabou agravando ainda mais a lesão.
O diagnóstico definitivo e o impacto na vida de Alaíde
Foi somente em 1984, após vários sintomas, que Alaíde procurou atendimento em um hospital de São Paulo. “Foi lá que finalmente me disseram que era câncer”, afirma. O diagnóstico de carcinoma basocelular veio após meses de sofrimento e incerteza.
O tratamento começou com uma cirurgia em 1985, onde ela perdeu o olho direito e parte do maxilar. Apesar da difícil adaptação à prótese facial, Alaíde encarou a situação com coragem: “Prefiro viver com um rosto diferente da maioria das pessoas do que ser levada para a eternidade”, disse.
Complicações e novos desafios
A vida de Alaíde virou um ciclo contínuo de tratamento e acompanhamento médico. Em 2023, o tumor reapareceu, exigindo mais uma cirurgia e 25 sessões de radioterapia no Hospital de Clínicas da Unicamp. Segundo o Dr. Carlos Chone, especialista que a acompanhou, o carcinoma basocelular é comum, porém pode ser localmente agressivo e invadir tecidos profundos, tornando a remoção do tumor um passo crucial para a recuperação.
O câncer não apenas afetou sua saúde, mas também modificou sua carreira. Como professora em duas escolas, ela se viu forçada a se aposentar devido à dificuldade de sobrecarregar o olho saudável.
A prótese facial: um novo modo de viver
A adaptação a um novo rosto trouxe desafios, especialmente em sua rotina diária. A prótese, que deve ser higienizada rigorosamente, apresenta incômodos que precisam ser administrados diariamente. “A limpeza da prótese é rigorosa. É como dormir de sapato”, explica Alaíde.
O uso da prótese também gera reações de curiosidade, especialmente entre crianças. “[Elas] olham e perguntam: ‘Por que aquela moça usa aquilo?’”, conta a professora, que se esforça para se sentir confortável e confiante em sua nova aparência.
A importância da prevenção e acompanhamento médico
Conforme aponta o Dr. Chone, é fundamental que lesões de pele que não cicatrizam sejam investigadas imediatamente, especialmente em pessoas com pele clara. A detecção precoce é vital para um diagnóstico eficaz e tratamentos menos invasivos.
A principal forma de prevenção contra câncer de pele, segundo o médico, é o uso regular de protetor solar desde a adolescência. “A radiação solar é cumulativa, então o uso do protetor solar não deve ser negligenciado em nenhuma fase da vida”, recomenda.
Conclusão
Alaíde Forato é um exemplo de força diante da adversidade. Sua história não apenas destaca a importância da detecção precoce do câncer de pele, mas também nos inspira a enfrentar os desafios com coragem e determinação. Embora tenha enfrentado dificuldades significativas, ela continua a manter uma vida ativa e saudável, lembrando-nos de que a vida é preciosa e deve ser vivida a cada dia com gratidão.
Com o acompanhamento adequado e atenção aos sinais do corpo, é possível viver bem, mesmo após um diagnóstico desafiador como o de Alaíde. É um lembrete de que a saúde deve sempre estar em primeiro lugar.