A ex- científica da Centers for Disease Control and Prevention (CDC), Dra. Fiona Havers, deixou a instituição nesta segunda-feira, após denunciar recentes mudanças na condução das políticas de vacinação nos Estados Unidos. Segundo ela, as ações do secretário de Saúde, Robert F. Kennedy Jr., têm comprometido a integridade científica do órgão.
Críticas a RFK Jr. e a crise na CDC
Havers afirmou que as políticas de Kennedy, que tem feito ataques abertos às vacinas e à metodologia científica, representam uma ameaça à saúde pública. “Se as políticas atuais não forem revertidas, muitos americanos poderão morrer devido a doenças que poderiam ser prevenidas por vacinas”, alertou ela à The New York Times.
Ela também criticou a forma como o órgão tem tratado seus processos internos, defendendo que há uma corrupção na avaliação científica. “É um processo transparente e rigoroso, mas foi destruído nas últimas semanas”, pontuou. Sua saída ocorre após Kennedy demitir todos os 17 membros do Comitê Consultivo de Imunização, reforçando a instabilidade na instituição.
Impacto na credibilidade científica e ações futuras
Na mensagem de despedida enviada aos colegas, Havers declarou que perdeu a confiança na utilização objetiva dos dados coletados pelo seu time, que monitora hospitalizações por COVID-19 e RSV, entre outros. “Não acredito mais que as informações serão usadas de forma imparcial ou avaliada com o rigor científico necessário para embasar políticas de vacinação baseadas em evidências”, afirmou.
O secretário Kennedy nomeou oito novos integrantes para o painel, incluindo um crítico das vacinas contra a COVID-19 e figuras consideradas fontes de desinformação sobre imunizações, o que intensificou as apreensões da ex-cientista.
Reação do governo e perspectiva de crise
Em resposta às críticas, um porta-voz do Departamento de Saúde e Serviços Humanos afirmou que “sob a liderança de Kennedy, o HHS mantém-se comprometido com a integridade científica e a tomada de decisões baseada em dados objetivos e análise transparente”.
Entretanto, analistas alertam para o risco de que a desconfiança na ciência possa levar a um aumento de doenças evitáveis e uma deterioração na saúde pública americana. A crise na CDC reforça o clima de insegurança sobre o futuro das políticas de vacinação no país.
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