Brasil, 21 de junho de 2025
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Surfistas e a difícil transição para a aposentadoria

Entenda como os surfistas brasileiros enfrentam os desafios da aposentadoria e buscam novas oportunidades após a carreira.

No mundo vibrante do surfe, onde campeões são moldados desde tenra idade e as competições dominam o cotidiano, chega um momento crucial: a aposentadoria. Para muitos atletas, como Adriano de Souza, o Mineirinho, essa transição não é simples. Ele, que foi um dos pilares do surfe brasileiro, enfrentou o desafio do burnout e lesões antes de se aposentar. Agora, ele busca novas formas de sustentar sua carreira fora das ondas.

Desafios da aposentadoria no surfe

A vida de um surfista é marcada por adrenalina, competição e uma busca constante por ondas perfeitas. Contudo, quando o circuito desacelera e a idade pesa, é necessário um planejamento cuidadoso. Adriano de Souza, aos 36 anos, decidiu se afastar das competições em 2021, momentaneamente em decorrência de problemas físicos e emocionais. Desde então, começou a atuar como mentor e treinador, além de abrir uma nova linha de negócios na área de restaurantes, uma estratégia para preservar sua estabilidade financeira. Segundo ele, “sobrevivemos da imagem e credibilidade que construímos ao longo do tempo”.

O papel das empresas e dos contratos publicitários

Muitos surfistas, como Mineirinho, têm buscado apoio de empresas especializadas, como a Redoma Capital, que ajuda atletas a gerenciar suas carreiras antes e depois da aposentadoria. As redes sociais se tornaram um forte aliado na criação de conteúdo e obtenção de contratos publicitários, permitindo que os ex-atletas mantenham uma fonte de renda mesmo fora das competições. A nova geração de surfistas já está se adaptando a essa realidade e muitas vezes consegue mais oportunidades e uma estrutura melhor em comparação com seus antecessores.

A experiência de outros atletas brasileiros

Antes de Mineirinho, outros surfistas enfrentaram as dificuldades da aposentadoria com diferentes abordagens. Leandro Dora, ativo nas décadas de 1990 e 2000, optou por deixar as competições aos 25 anos para dedicar-se a uma marca de roupas. Fábio Gouveia, que se aposentou em 2009 após uma série de lesões, fez um planejamento precoce, combinando viagens com gravações de programas de surfe, manufatura de pranchas e desenvolvimento de clínicas para jovens atletas. “Consegui ter segurança com meus investimentos, mas muita gente ficou na roubada”, diz Fábio, que celebra a evolução no suporte e oportunidades disponíveis para a nova geração.

Novas perspectivas para a geração atual

Ian Gouveia, filho de Fábio, é um exemplo de como a nova geração lida com o futuro. Com 31 anos, ele pondera sobre suas opções, incluindo se tornar um freesurfer, treinar jovens ou investir em um projeto pessoal. “Cada um constrói seu próprio caminho. Seria importante as entidades do surfe tratarem isso como uma prioridade”, afirma Ian, ressaltando a necessidade de um maior suporte para os atletas que estão se afastando das competições.

A atuação da WPS e a busca por mais estrutura

Christian Beserra, presidente da World Professional Surfers (WPS), se dedica a representar os interesses dos atletas nas negociações com a World Surf League (WSL). Ele alerta que poucos atletas conseguem se aposentar com estabilidade financeira. “Alguns foram bem orientados e fizeram um bom pé de meia, mas a maioria ainda precisa trabalhar duro para se sustentar”, explica. A WPS tem buscado garantir direitos trabalhistas e outras oportunidades para os atletas, mas ainda existe um caminho longo a ser percorrido.

Iniciativas e a necessidade de reinvenção

Recentemente, a WPS criou um fundo de bem-estar e financiou cursos de formação, mas a adesão tem sido baixa. A retirada do circuito deve ser vista como uma nova etapa profissional, onde cada surfista precisa entender sua marca pessoal e buscar novas oportunidades. “O tour deve ser encarado como trampolim. Cada atleta precisa construir pontes e se reinventar”, afirma Beserra. O futuro do surfe brasileiro, com suas transformações, dependerá da capacidade de seus atletas de se adaptarem e encontrarem novos caminhos fora das ondas.

Com tantas mudanças, a conversa sobre a aposentadoria no surfe se torna cada vez mais necessária, e a experiência dos atletas pode ajudar a moldar um futuro mais promissor para as próximas gerações de surfistas.

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