Brasil, 21 de junho de 2025
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Guerra de preços no mercado chinês de carros elétricos beneficia o Brasil

A competitividade do mercado chinês de veículos elétricos causa impacto global e pode beneficiar consumidores brasileiros com preços mais baixos

Nos últimos meses, o mercado chinês de carros elétricos, maior do mundo, tem passado por uma intensa guerra de preços, impulsionada por grandes montadoras como a BYD. Com vendas previstas de 12 milhões de unidades em 2025, o setor enfrenta descontos superiores a 30%, resultando na margem de lucro mais baixa da última década.

Impacto da guerra de preços na China e perspectivas para o Brasil

Enquanto o mercado chinês se desdobra em uma disputa acirrada por participação, o Brasil começa a receber mais attention de importadores e fabricantes chineses. A entrada de novas marcas e a produção local da BYD e da GWM elevam a competitividade e abrem chances de o consumidor brasileiro se beneficiar com preços mais acessíveis. Segundo Ferdinand Dudenhöffer, professor da Universidade de Duisburg-Essen, “não espera-se uma guerra de preços como na China, mas devem ocorrer descontos maiores no Brasil devido à maior concorrência.”

Cenário atual do mercado brasileiro de veículos elétricos

O mercado brasileiro de veículos eletrificados ainda está em fase nascente, com projeções de venda de cerca de 170 mil unidades até o final de 2025. De janeiro a maio de 2025, já foram emplacados 99.392 veículos eletrificados, um crescimento de 40,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, conforme levantamento da Bright Consulting.

Desde 2023, a BYD tem oferecido preços competitivos no Brasil, especialmente com modelos de entrada como Dolphin Mini (R$ 118 mil) e Dolphin (R$ 138 mil). A estratégia agressiva, incluindo descontos significativos, pressionou outras montadoras a reduzirem seus preços para permanecerem competitivas no segmento.

Estratégias das montadoras chinesas e produção local

Nos últimos meses, a BYD reduziu o valor de 22 modelos, chegando a oferecer descontos de até 34% no Dolphin Mini, cujo preço caiu para US$ 7,7 mil (R$ 42,7 mil). No mercado internacional, o fabricante anunciou lançamentos e preços competitivos, como o Dolphin Surf por 18 mil libras no Reino Unido e planos de lançar um mini elétrico abaixo dos R$ 100 mil no Japão.

Com a instalação de uma fábrica em Camaçari, na Bahia, prevista para ser inaugurada em breve, a BYD busca oferecer veículos com melhor custo-benefício ao consumidor brasileiro. Alexandre Baldy, vice-presidente da marca, afirmou que “a operação local permitirá preços mais acessíveis, alinhados às condições do mercado brasileiro.”

Outras marcas chinesas no Brasil e a produção em solo nacional

Além da BYD, marcas como GWM, GAC, Omoda, Jaecoo e Geely já iniciaram ou planejam sua produção no país. A Geely deve lançar em julho o SUV elétrico EX5, produzido em São Paulo, concorrente de modelos como BYD Song Plus e GWM Haval H6, ambos na faixa de R$ 250 mil. A GAC, com planos de produção local e ofertas entre R$ 169,9 mil e R$ 299,9 mil, aposta na estratégia de oferecer “valor real” ao consumidor.

Leandro Teixeira, da Omoda & Jaecoo, declarou que há intenção de produzir no Brasil ainda neste ano, buscando também reduzir custos e adaptar os veículos às condições locais. Segundo ele, a diminuição de preços na China é resultado de alta competitividade, favorecendo a importação de excedentes para mercados emergentes como o brasileiro.

Perspectivas futuras e desafios do setor

Apesar do cenário de aumento da concorrência, o presidente da GAC Brasil, Alex Zhou, destaca que a estratégia da empresa será baseada na entrega de valor, ao invés de guerras de preços. “Nosso foco é no fornecimento de tecnologia de ponta a preços justos, com produção local ajudando a reduzir custos e aumentar a competitividade.”

Entretanto, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) elevou a preocupação com a crescente importação de veículos chineses, recomendando o aumento do imposto de importação para 35%, visando proteger o mercado interno, empregos e investimentos no Brasil.

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