Nos últimos dias, os resultados de pesquisas de opinião acenderam um sinal de alerta para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista, consciente da necessidade de recuperar sua popularidade, prepara pelo menos três novas políticas que devem ser lançadas até o fim deste mês. Entre elas, estão programas de crédito direcionados aos entregadores de aplicativo, incentivos para reformas de casas e a ampliação da gratuidade do gás de cozinha para famílias de baixa renda.
A crise na popularidade do governo Lula
A situação atual do governo Lula é preocupante. Levantamentos recentes indicam uma queda acentuada na sua aprovação. O Datafolha revelou que a desaprovação do presidente alcança 40%, enquanto apenas 28% o apoiam. Esse resultado é um retrocesso comparado à recuperação observada nos meses anteriores. A pesquisa da Quaest mostra que a reprovação subiu para 57%, o pior índice do mandato, contrastando com uma aprovação de 40%.
Da mesma forma, a pesquisa Ipsos/Ipec também traz números alarmantes, com 43% de desaprovação em comparação a apenas 25% de aprovação. Em um levantamento recente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), foi revelado que 40,4% dos entrevistados consideram o governo ruim ou péssimo, enquanto apenas 28,6% o consideram bom ou ótimo.
Aliados de Lula acreditam que a queda em sua avaliação pública é resultado das recentes crises enfrentadas por seu governo, incluindo o escândalo dos descontos indevidos em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Em uma fala no podcast Mano a Mano, o presidente reconheceu a gravidade do problema e enfatizou a importância de uma comunicação eficiente para esclarecer as denúncias.
“Quando sai uma denúncia de corrupção no meio do meu governo, é normal que no primeiro momento as pessoas pensem que foi no governo Lula, porque fomos nós que descobrimos. Cabe à gente, então, dizer em alto e bom som por que é que aconteceu aquela corrupção, quem foi que fez aquilo, quem é a quadrilha que estava por trás disso”, declarou.
Novas apostas do governo para reverter a situação
Em busca de reverter sua popularidade, Lula aposta em três novos programas que devem ser introduzidos nas próximas semanas. O primeiro deles propõe a concessão de crédito para a compra de motocicletas por entregadores de aplicativo. Lula também propõe a criação de um vale-alimentação focado nesses trabalhadores, que muitas vezes enfrentam condições precárias.
“O coitado que entrega comida, ele não tem um banheiro para utilizar. Ele, às vezes, vai entregar a comida para os outros com o nariz cheirando a comida do outro enquanto o coitado está com fome. Então, é preciso que a gente discuta um vale refeição para esse companheiro. É importante a gente criar algumas condições”, afirmou Lula em um discurso em Minas Gerais.
Outro programa que está sendo estudado envolve a criação de uma linha de crédito para famílias que já possuem um imóvel e desejam realizar pequenas reformas. Essa iniciativa está sendo desenvolvida pelo Ministério das Cidades, e visa facilitar melhorias nas condições de habitação para as classes média e baixa.
Além disso, o governo tem trabalhado para reduzir custos que impactam diretamente as famílias de baixa renda, como o gás de cozinha. Lula já sinalizou que pretende incluir o botijão de 13 kg na cesta básica, assegurando que os beneficiários do Cadastro Único possam ter acesso gratuito a esse item essencial.
Outras iniciativas do governo Lula
As medidas que estão sendo implementadas se somam a uma série de outras iniciativas definidas pelo governo, todas com o intuito de reduzir a rejeição ao mandatário. Entre elas, destaque para o programa “Agora Tem Especialistas”, destinado a melhorar o atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS); um projeto que isenta de Imposto de Renda quem recebe até R$ 5 mil; a ampliação do “Minha Casa, Minha Vida” para incluir famílias de classe média; e a facilitação do crédito consignado para trabalhadores contratados sob o regime CLT.
Com a implementação dessas novas políticas, o governo Lula busca restabelecer a conexão com a população e, assim, aumentar sua aprovação diante de um cenário desafiador que se desenha para os próximos anos.