A Polícia Civil do Distrito Federal (DF) prendeu, na última sexta-feira (20), Fábio de Souza Santos, de 24 anos, principal suspeito do assassinato de Raquel Gomes Nunes, de 46 anos. O caso, que vem sendo investigado como feminicídio, aconteceu na região do Recanto das Emas. Essa tragédia reacende o debate sobre a violência contra a mulher no Brasil.
Contexto e detalhes do crime
Raquel, que estava desaparecida há uma semana, foi encontrada morta em sua casa pela filha, Rayane Oliveira Nunes, de 26 anos, na última terça-feira (17). A jovem, que está grávida, sentiu a ausência da mãe no chá de fralda que ocorreu no dia 15 e, após não conseguir contato desde o dia 11, decidiu registrar o desaparecimento. Ao ir ao lar da mãe, Rayane encontrou o corpo de Raquel no banheiro, o que gerou um desespero e uma busca urgente por respostas.
Segundo o delegado Fernando Fernandes, da 27ª Delegacia de Polícia, o corpo da mulher apresentava sinais de violência e de enforcamento, características típicas dos casos frequentemente associados ao feminicídio. Fábio, o suspeito, tinha um histórico criminal com passagens anteriores por diversos crimes, incluindo furto, roubo e lesão corporal. O relacionamento entre ele e Raquel durou menos de dois meses, e as brigas entre o casal eram frequentes, de acordo com as investigações.
Números alarmantes de feminicídios no DF
Infelizmente, caso a hipótese de feminicídio seja confirmada, este será o 13º caso desse tipo registrado no DF em 2025. Apenas no primeiro semestre do ano, o Brasil enfrentou situações alarmantes de violência contra a mulher. Um levantamento da Secretaria de Segurança Pública (SSP) divulgado até 13 de maio revela que 88,9% das vítimas não haviam registrado ocorrência contra seus agressores, e 44,4% já tinham sofrido violência anterior.
Desse total de feminicídios, a maioria foi cometida com arma branca (44%) e a motivação alegada foi, em muitos casos, ciúmes. Além disso, 55% dos assassinatos ocorreram dentro da residência da vítima, um espaço que deveria ser seguro. Essas estatísticas constroem um retrato cruel da realidade enfrentada por muitas mulheres no Brasil e ressaltam a urgência de uma intervenção social e legal eficaz.
Como buscar ajuda em situações de violência
Considerando a gravidade da situação, é fundamental que as mulheres que estão vivendo situações de violência saibam onde buscar ajuda. Existem várias opções de denúncia e apoio disponíveis:
- Central de Atendimento da Defensoria Pública pelo número 129, com disponibilidade para atendimento de mulheres em situação de violência;
- Delegacias de Polícia, preferencialmente nas Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher (Deam);
- Emergências podem ser reportadas pelo número 190 da Polícia Militar;
- Aplicativos como Direitos Humanos Brasil e o site da Ouvidora Nacional dos Direitos Humanos oferecem suporte adicional;
- O número 180, que é gratuito, também é uma opção confiável de denúncia e orientação.
Conclusão
O caso de Raquel Gomes Nunes é uma triste ilustração da realidade de muitas mulheres que enfrentam a violência dentro de suas próprias casas. O estado deve agir para garantir a segurança dessas pessoas e oferecer um sistema de suporte que previna tragédias e proteja as vítimas. A sociedade também precisa se mobilizar, denunciando e combatendo a cultura de violência de gênero que ainda persiste.
Com 12 feminicídios já confirmados em 2025, é imprescindível que as vítimas denunciem seus agressores e que políticas públicas sejam implementadas para proteger e assegurar os direitos das mulheres em nosso país. O caso de Raquel não pode ser apenas mais uma estatística, mas sim um chamado à ação para todos nós.