O Irã elevou as tensões no Oriente Médio ao declarar que poderá bloquear o Estreito de Ormuz, uma das rotas mais cruciais para o comércio mundial de petróleo, caso os Estados Unidos intervenham militarmente ao lado de Israel. A ameaça foi vista como uma retaliação direta às possíveis ações americanas na região.
Importância do Estreito de Ormuz para o comércio internacional
Responsável por cerca de 20% do petróleo global exportado, o estreito situa-se entre o Irã e Omã e conecta o Golfo Pérsico ao Mar da Arábia. Com apenas 33 km na sua parte mais estreita, essa passagem estratégica é vital para países como Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Iraque, que dependem dessa via para exportar petróleo principalmente para Ásia.
Estima-se que cerca de 20 milhões de barris de petróleo, incluindo cru, condensado e derivados, cruzam o estreito diariamente. Mesmo com investimentos de Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos em oleodutos alternativos, a capacidade ociosa dessas estruturas é insuficiente para evitar um impacto significativo em caso de bloqueio total, segundo a Administração de Informação de Energia dos EUA.
Reação internacional e impacto no mercado de petróleo
Na coletiva na Casa Branca nesta sexta-feira (19), a porta-voz do governo americano, Karoline Leavitt, declarou que o presidente Donald Trump está avaliando a possibilidade de intervenção militar, com decisão prevista para as próximas semanas. A instabilidade geopolítica já causou alta nos preços do petróleo, elevando o barril tipo Brent para US$ 78,85, o maior desde janeiro.
Se ocorrer um bloqueio total ou retaliações por parte dos principais produtores da região, os preços do petróleo podem ultrapassar US$ 130 por barril, retornando a valores citados no início da guerra entre Rússia e Ucrânia, em 2022.
Consequências geopolíticas e econômicas
A ameaça do Irã reforçou o clima de tensão no Oriente Médio, com possibilidade de consequências globais. O fechamento do Estreito de Ormuz impactaria significativamente a economia internacional, afetando desde os preços do petróleo até o equilíbrio energético global.
Segundo especialistas, a situação reforça a volatilidade do mercado de energia, que já reage a qualquer sinal de conflito na região. Os próximos dias serão decisivos para entender o desdobramento dessas tensões e suas repercussões no cenário mundial.
