Nos últimos dias, o coração do torcedor brasileiro parece ter encontrado um novo alívio, e tudo por conta das vitórias significativas de nossos clubes no Mundial de Clubes. Em especial, o triunfo do Flamengo sobre o Chelsea por 3 a 1 e a surpreendente vitória do Botafogo sobre o Paris Saint-Germain, desafiam um histórico recente repleto de desilusões. Um renascimento da autoestima que estava dilacerada desde a fatídica semifinal da Copa do Mundo de 2014.
Os impactos do 7 a 1 na cultura futebolística brasileira
Desde aquele 7 a 1 diante da Alemanha, a autoestima do brasileiro, tanto em campo como fora dele, tem enfrentado uma montanha-russa de eventos negativos. Manifestações sociais, impeachment de presidentes e uma pandemia marcada por tragédias foram apenas alguns dos acontecimentos que marcaram a vida nacional. O futebol, que sempre foi um símbolo de alegria e resistência, acabou se tornando um espelho disso tudo, intensificando a sensação de vergonha. A quebra de expectativa com seleções europeias começou a moldar nosso futebol como uma sombra de sua grandiosidade passada.
Desafios recentes no cenários esportivo
Nos últimos anos, os clubes brasileiros saíram de competições internacionais com a expectativa de que poderiam fazer frente aos poderosos times europeus, porém com um desempenho que frequentemente não correspondiam à altura. A pressão aumentou a cada vez que times como Flamengo e Palmeiras saíam da Libertadores sendo humilhados em Mundiais. Entretanto, as atitudes de hoje parecem desenhar um novo panorama.
A esperança retorna com vitórias no Mundial
A primeira rodada do Super Campeonato trouxe um gosto amargo, com Palmeiras e Fluminense empatando sem gols. No entanto, o ressurgimento do nosso futebol foi realçado na segunda rodada com a vitória do Botafogo sobre o PSG, um resultado que ninguém esperava. E ainda mais, a vitória do Flamengo contra o Chelsea galvanizou a confiança dos torcedores, que agora podem acreditar que sim, é possível enfrentar os gigantes do futebol europeu.
Essas vitórias demonstram que a nova geração de jogadores está pronta para assumir a responsabilidade e mudar a narrativa. O trabalho árduo e a dedicação mostrados por equipes cariocas ao longo dos anos refletem um novo espírito competitivo.
O renascimento do ufanismo
Há quem chame de ufanismo ou patriotismo, mas o que se viu dentro de campo e nas redes sociais foi um vislumbre de esperança e confiança que parecia ter se perdido. A memória afetiva trazida à tona revela que o Brasil ainda carrega um legado forte em seu futebol, tão importante quanto à história gloriosa de Pelé e demais ícones que moldaram o nosso futebol.
Desafios continuam, mas a necessidade de respeitar o passado é vital
Embora a euforia esteja alta com essas vitórias, não podemos esquecer que os desafios permanecem. Os europeus, que chegaram a brincar com a possibilidade de ignorar a força sul-americana, agora veem que a competição é real e que a história do futebol brasileiro não deve ser desconsiderada.
Os jogos que ainda estão por vir vão mostrar se essa autoestima recém-descoberta pode ser sustentada. A pressão continua, e derrotas podem voltar a acontecer, mas é crucial que essa nova geração de jogadores permaneça firme e se lembre de sua herança. Afinal, o maior adversário, como diria Nelson Rodrigues, é o vira-latismo que, pela primeira vez em muito tempo, parece estar começando a ser afastado do nosso horizonte esportivo.
A jornada do futebol brasileiro foi marcada por altos e baixos, mas talvez agora, com o mundo de olhos atentos e a autoestima renascida, possamos testemunhar um capítulo novo e vitorioso. E assim, o esporte nacional pode voltar a brilhar onde sempre pertenceu, no cenário internacional.
*Este texto não reflete necessariamente a opinião do Portal iG
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