Brasil, 21 de junho de 2025
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Crueldade em Benue leva bispos a convocar oração e jejum na Nigéria

Bispos nigerianos condenam ataques violentos em Benue e apelam por proteção, oração e ações de paz em meio à onda de violência

Os bispos católicos da província eclesiástica de Onitsha, na Nigéria, denunciaram nesta semana a escalada de violência no país, especialmente os ataques recentes em Benue, que resultaram na morte de aproximadamente 200 pessoas. Em uma declaração divulgada em 18 de junho, eles pedem jejum e oração como forma de homenagem às vítimas.

Bispos condenam violência e clamam por intervenção do governo

Na nota, os bispos qualificaram os ataques como “ato inumano, bárbaro e uma violação grave da dignidade humana” e denunciaram o “quase diário derramamento de sangue” no país. Eles citaram os ataques de 13 e 15 de junho, cometidos por supostos fazendeiros herdsmen, que causaram mortes e destruição em várias regiões.

“Estamos profundamente angustiados e chocados com essa incessante violência contra inocentes em diferentes partes da Nigéria”, afirmaram. Os líderes religiosos também exortaram o governo nigeriano a assumir sua responsabilidade na proteção dos cidadãos e a adotar ações urgentes para garantir a segurança coletiva.

O pedido de oração e união espiritual diante da crise

O documento reforçou a importância da fé neste momento difícil, lembrando que Deus é esperança e que essa esperança não deve nos decepcionar. Permanecendo alinhados ao Jubileu de 2025, lançado pelo Papa Francisco, os bispos fixaram o dia 20 de junho como uma data especial de oração e jejum em intenção pela paz nos estados de Benue, Enugu e outras regiões afetadas pela violência.

Momento de clamor e reflexão

Os líderes espirituais convidaram padres, religiosos e fiéis a participarem de missas, terços e orações. “Devemos recorrer à intercessão de Maria, Rainha da Paz, para que Deus intervenha na nossa nação”, pediram no comunicado.

Contexto dos ataques e reação da Igreja

Na semana passada, a cidade de Yelewata, em Benue, foi alvo de uma intensa ação de militants islâmicos fulanis, que incendiaram casas e atacaram pessoas à machete – uma das maiores carnificinas já registradas na região, que a polícia e organizações internacionais consideram a “pior chacina” na história local.

Papa Leo XIV, que estendeu sua solidariedade às vítimas, condenou a violência e pediu oração pela paz. Os bispos também expressaram condolências às famílias enlutadas e destacaram a necessidade de justiça e ações concretas por parte das autoridades para conter os crimes.

Reações e apelos por justiça

Além dos pedidos de oração, os bispos pediram ao governo que assegure o cumprimento da lei e a punição dos responsáveis pelos episódios deploráveis. O bispo de Makurdi, Wilfred Chikpa Anagbe, reforçou a necessidade de combater a impunidade, enquanto o arcebispo de Lagos, Alfred Adewale Martins, declarou que 22 de junho será dia de oração pela paz, com procissões do terço nas paróquias da capital.

O governador de Benue, Hyacinth Iormem Alia, enfatizou em entrevista que apelar por armas não é o caminho, e sugeriu que o foco deve estar na polícia comunitária para enfrentar as ameaças em cada comunidade. “Precisamos de uma estratégia que envolva as próprias comunidades na defesa de suas áreas”, afirmou.

Com uma situação de crise que se agrava, a Igreja insiste na oração contínua, no diálogo e na busca por justiça, como formas de superar a violência que assola a Nigéria há anos. O clamor por paz e esperança permanece como resposta essencial diante de tanta dor e sofrimento.

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