Brasil, 20 de junho de 2025
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Relatório do Vaticano reforça apelo por reestruturação da dívida em países em desenvolvimento

Relatório elaborado por economistas, sob orientação de Joseph Stiglitz, pede reestruturação da dívida para ampliar investimentos essenciais

Um relatório divulgado nesta sexta-feira pelo Vaticano propõe ações urgentes para enfrentar as crises da dívida nos países em desenvolvimento, ampliando sua margem de investimento em áreas vitais como saúde, educação e infraestrutura. Solicitado pelo papa Francisco em fevereiro, no âmbito do Jubileu 2025, o documento foi elaborado por cerca de 30 especialistas liderados pelo premiado com o Nobel de Economia, Joseph Stiglitz.

Convocados pelo Papa Francisco: plano para superar crises da dívida

Segundo o relatório, “no conjunto do mundo em desenvolvimento, a carga média de juros quase dobrou na última década”. Atualmente, 54 países gastam 10% ou mais de suas receitas fiscais apenas com o pagamento de juros de dívidas, indicam os autores. Essa situação desvia recursos essenciais que poderiam ser utilizados em saúde, educação, infraestrutura e ações contra as mudanças climáticas, prejudicando milhões de pessoas.

“Cinquenta e quatro países gastam atualmente 10% ou mais de suas receitas fiscais apenas com o pagamento de juros”, afirmaram os autores em comunicado. Para eles, a elevada carga de juros limita a capacidade de investimento em áreas cruciais para o bem-estar e o desenvolvimento dessas nações.

Propostas para aliviar a carga da dívida

O relatório recomenda que credores e governos devedores adotem reestruturações que ofereçam um alívio financeiro suficiente e rápido. Além disso, sugere que as instituições multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), modifiquem suas práticas, eliminando resgates de credores privados e promovendo uma abordagem mais justa e sustentável para a reavaliação dessas dívidas.

“Os especialistas estão cada vez mais de acordo que o sistema atual de endividamento serve aos interesses dos mercados financeiros, e não das populações”, declarou Joseph Stiglitz. Segundo ele, essa dinâmica pode condenar países a décadas perdidas ou a situações ainda piores.

Contexto e influência do papa Francisco

Durante seus 12 anos de pontificado, o papa Francisco reiterou pedidos pelo cancelamento da dívida dos países em desenvolvimento. Seu sucessor, o papa Leão XIV, que escolheu o nome em homenagem a Leão XIII, fundador da doutrina social da Igreja, criticou o “paradigma econômico que explora os recursos da Terra e marginaliza os mais pobres” em sua missa de inauguração.

As conclusões do relatório serão discutidas em importantes eventos internacionais nas próximas semanas. Entre eles, a quarta conferência sobre financiamento para o desenvolvimento em Sevilha, em julho, a Assembleia Geral da ONU, em setembro, e a reunião do G20 em Johannesburgo, em novembro.

Estas ações representam uma oportunidade para a comunidade global repensar as formas de financiamento e apostar em uma economia mais inclusiva e sustentável, priorizando o alívio da carga de dívidas dos países mais vulneráveis.

Para mais detalhes, acesse a matéria completa no Globo.

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